IMPORTÂNCIA DEPENDE DE PONTO DE VISTA

Quando entrei na escola notei o quanto era inconveniente ter o nome começado com a letra “a”. Era a primeira da lista de chamada. Era a primeira a ter que responder perguntas “difíceis”, a primeira a ir resolver contas na lousa. Que horror! Jurava todos os dias que não colocaria nome começado com “a” em nenhum de meus filhos. Sou tímida e o sofrimento era verdadeiro para uma criança de 7 anos. Com o passar dos anos fui dando importância a “aventuras” do tipo pegar uma flor do jardim da praça, sem o jardineiro ver. Logo percebi que nem ele ligava e não fazia falta nenhuma aquela flor num canteiro tão florido. De outra feita entrei meio escondida em casa porque uma abelha tinha me picado um dedo. Ninguém notou, nem ligaram para o inchaço vermelho de minha mão. Quanto tempo perdido e desgastante com coisas sem importância! Acho que se fizermos um balanço mais profundo das importâncias que damos aos noticiários, nas crises deste ou daquele setor, se projetarmos isso tudo para um futuro até próximo, indefinido e misterioso, vamos rir da importância que demos para este momento. Estamos num tabuleiro e, vez ou outra, o destino dá uma chacoalhada para que nos encaixemos em nossos lugares.