G a b r i e l a
PARA mim um dos clássicos da literatura brasileira é o romance Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado. Além de ser um romance que retrata uma época, a transição do coronelismo para o mandonismo dos novos-ricos, a substituição do Coronel Ramiro Bastos or Mundinho Falcão, há a alegoria à liberdade encarnada no prsonagem Gabriela, tão pura, bela, fraterna e libertária.
Toda vez que releio esse livro é como se estivesse vendo certas cenas, o Terno do Reis, a cena da primeira vez entre Gabriela e Nacib, Gabriela arrependida de ter casado, a sua raiva de usar sapato alto eassistir conferência,há vida pulsando no personagem, Gabriela é fascinante, ilumina e encandeia.
Gosto muito do que o autor disse:
"O amor não se prova, nem se vende. É como Gabriela. Existe. Isso basta (...) O fato de não compreender ou explicar uma coisa não acaba com ela. Nada sei das estrelas, mas as vejo no céu, são a beleza da noite".
Mas a definição maior de Gabriela, na minha modesta opinião, foi dada pelo proprietário da Livraria Modelo, um homem de déias ivres, João Fulgêncio. Ele diz no livro:
"... Eu acredito que ela tem o tipo da magia que provoca revoluções e promove grandes descobertas. Não há nada que eu goste mais do que observar Gabriela no meio de um grupo de pessoas, Você sabe o que ela me lembra? Uma rosa perfurmada num bouquet de flores artificiais". BINGO.
Ainda hoje fico revoltado quando vejo um metido a intelectual censurando e botando defeito na obra de Jorge Amado. É coisa de botocudado. Ele foi o nosso maior escritor. E priu. Inté.