Quando morávamos em Detroit, ficava do outro lado do rio.
Naquele tempo, a passagem de avião pela Canadian Airlines, fazia preços especiais para o Brasil. Então, sempre eu ia para o Brasil pelo Canadá.
A gente atravessava o rio, passava pela Alfandega deles (que por sinal são chatíssimos!). Lembro que uma vez voltando do Brasil, estava trazendo uma lata de goiabada na minha mala e o policial querendo saber o que era aquilo. E eu explicava, e o cara não entendia. Pegava a lata na mão, achava pesada. Então acabei dando a lata para ele. La se foi minha goiabada.
Bom, mas voltando ao assunto, eu comprei uma passagem para o Brasil e iria para Toronto, (Canada) onde pegaria o avião.
Meu marido me levou no Aeroporto (eu ia somente com minha filha que naquela época tinha 4 anos). Então entrei no portão de embarque, despedi de meu marido e peguei um onibuzinho que nos levava ate a pista.
Desci do onibus, vi um aviao parado em frente e entrei. Sentamos, tudo certinho, e iriamos chegar em Toronto ao meio dia. E nosso voo para o Brasil sairia as 6:00 da tarde de Toronto. Tempo suficiente para esperar, é assim que sempre gostei. Prefiro esperar no Aeroporto do que chegar com pouco tempo para achar o lugar do meu embarque principalmente porque esses Aeroportos, alguns são imensos.
Depois de umas 3 horas, o avião decolou, desci no Aeroporto mas achei que o Aeroporto de Toronto estava muito estranho, diferente... Como eu sempre ia por lá , conhecia bem. Bom... mas assim mesmo fui entrando. Cheguei numa mesa de informações e perguntei: "Por favor, onde é a Alfandega?" A mulher me respondeu: "Alfandega? Aqui não temos Alfandega!"
E eu: "Como não tem? eu venho todos os anos por aqui, sou dos Estados Unidos e tenho que apresentar meu passaporte.
A mulher olha para mim e diz: " A sra. está nos Estados Unidos!" Na hora pirei! E perguntei O que??? Estou nos Estados Unidos? Que lugar é esse? Bem, o que aconteceu eh que eu tomei o avião errado! Em vez de ir para Toronto, eu fui parar em Hartford, no Estado de Connecticut.
Na hora eu não sabia se chorava ou ria... minha filha olhando para mim sem entender nada. Fui direto no guiché de passagem da linha aérea.
- Moço, preciso de um avião que chegue em Toronto antes das 6:00 da tarde".. (e contei toda a historia).
Ai o cara começa a digitar aqui, e digitar ali...
- Minha senhora, não há avião que chegue em Toronto antes das 6:00".
E eu: "pelamordeDeus moco...me ajuda! Qualquer teco-teco serve".
E ele: "Ah, então vou ver avião pequeno...
"Sim, moço, sim, qualquer um!"... Ai ele me arruma um, e que chegaria lá as 5 da tarde. Quatro horas de voo. Chegaria meio em cima da hora, mas eu daria um jeito!
Depois de tudo arrumado, liguei para meu marido.
"Oi, cheguei".
"Já esta em Toronto, então?"
"Ainda não, tomei avião errado".
Como brinco muito, ele disse: "Ah é?"
"Sim, estou em Hartford, em Connecticut.
"O que?????" O homem paralisou... (rs).
"Não se preocupe já estou em um avião que sai daqui a pouco e chega lá antes das 6".
"Nossa como você esta calma".
"To não... to fingindo"... (nos dois rimos)
Ai ele diz: "Agora quem ficou nervoso fui eu! Como isso aconteceu?"
"Relaxa...esta tudo bem..."
Bom... entramos num avião de 6 lugares. Era quase um teco-teco. Acho que era do Santos Dumont ou do Wright Brothers . Já quando entrei perguntei ao piloto: "Toronto, certo?" "Sim senhora, Toronto"...
Quando levantou voo, eu fiquei olhando para a janela, e o tal aviãozinho passava tão perto dos prédios que eu enxergava até as pessoas dentro de seus apartamentos assistindo televisão.
Finalmente depois de 3 horas cheguei em Toronto. Já fui descendo feito louca, puxando minha filha e indo direto procurar minhas malas!
Sim, minhas malas haviam ido direto para Toronto naquele avião que não peguei. E as achei, depois de muito custo. Estava em cima da hora... Corri, coloquei a mala num carrinho, minha filha no meu outro braço, e fui direto onde tinha o onibus, que parava na Alfandega. Tinha ainda que achar o hangar onde estava meu avião.
Parecia filme de ficção! Cheguei e o onibus saiu. Ah minha Nossa Senhora do Carmo! Não tinha táxi, nada. E ainda nevava. Desgraça pouca é bobagem.
Finalmente depois de um tempo veio o onibus. Não entrei dentro dele, eu pulei com tudo... e disse: "Moço, eu preciso pegar o avião das 6 para o Brasil". O cara parecia que tinha tomado cha de erva cidreira de tão lerdo.
Mas cheguei. Corri pelo Aeroporto, tentando checar na televisãozinha se meu voo havia mudado de hangar. Não! No mesmo! Deus é Grande!".
Quando cheguei no portao de embarque, todo mundo já havia embarcado. Somente eu e minha filha la fora. Entrei correndo, nem mostrei passaporte, nem sei que língua falei...
"Minha senhora, minha senhora, o passaporte! Não pode entrar sem o passaporte".
"Taqui Santo Cristo! Não posso perder esse avião"...
A moca, que devia ter tomado o mesmo cha do motorista do onibus, com dose extra de Lexotan, demorouuuuu para carimbar a passagem! Pronto! Graças a Deussssssssss!"
Eu não era a Mulher Maravilha, mas aquele dia, juro que voei e sem capa!
Quando sentei no avião, e sentei minha filha, parecia que eu ia ter um derrame cerebral. Me deu uma letargia... Mais tarde quando serviram o jantar, a aeromoça perguntou: "Suco de laranja, café, agua, ou coca?"
E eu : "Moca, eu quero vinho! Cê tem vinho moca?" Ela trouxe uma taça vazia e meia garrafa. Tomei no gole. Aquele vinho foi o presente do ano! Fiquei tontinha.
Desde então, outra lição aprendi. Todo avião que entro, eu pergunto: "Vai para aonde?"
(Foto em Detroit, Roque, minha filha e eu no meio de uma tempestade de neve)
Naquele tempo, a passagem de avião pela Canadian Airlines, fazia preços especiais para o Brasil. Então, sempre eu ia para o Brasil pelo Canadá.
A gente atravessava o rio, passava pela Alfandega deles (que por sinal são chatíssimos!). Lembro que uma vez voltando do Brasil, estava trazendo uma lata de goiabada na minha mala e o policial querendo saber o que era aquilo. E eu explicava, e o cara não entendia. Pegava a lata na mão, achava pesada. Então acabei dando a lata para ele. La se foi minha goiabada.
Bom, mas voltando ao assunto, eu comprei uma passagem para o Brasil e iria para Toronto, (Canada) onde pegaria o avião.
Meu marido me levou no Aeroporto (eu ia somente com minha filha que naquela época tinha 4 anos). Então entrei no portão de embarque, despedi de meu marido e peguei um onibuzinho que nos levava ate a pista.
Desci do onibus, vi um aviao parado em frente e entrei. Sentamos, tudo certinho, e iriamos chegar em Toronto ao meio dia. E nosso voo para o Brasil sairia as 6:00 da tarde de Toronto. Tempo suficiente para esperar, é assim que sempre gostei. Prefiro esperar no Aeroporto do que chegar com pouco tempo para achar o lugar do meu embarque principalmente porque esses Aeroportos, alguns são imensos.
Depois de umas 3 horas, o avião decolou, desci no Aeroporto mas achei que o Aeroporto de Toronto estava muito estranho, diferente... Como eu sempre ia por lá , conhecia bem. Bom... mas assim mesmo fui entrando. Cheguei numa mesa de informações e perguntei: "Por favor, onde é a Alfandega?" A mulher me respondeu: "Alfandega? Aqui não temos Alfandega!"
E eu: "Como não tem? eu venho todos os anos por aqui, sou dos Estados Unidos e tenho que apresentar meu passaporte.
A mulher olha para mim e diz: " A sra. está nos Estados Unidos!" Na hora pirei! E perguntei O que??? Estou nos Estados Unidos? Que lugar é esse? Bem, o que aconteceu eh que eu tomei o avião errado! Em vez de ir para Toronto, eu fui parar em Hartford, no Estado de Connecticut.
Na hora eu não sabia se chorava ou ria... minha filha olhando para mim sem entender nada. Fui direto no guiché de passagem da linha aérea.
- Moço, preciso de um avião que chegue em Toronto antes das 6:00 da tarde".. (e contei toda a historia).
Ai o cara começa a digitar aqui, e digitar ali...
- Minha senhora, não há avião que chegue em Toronto antes das 6:00".
E eu: "pelamordeDeus moco...me ajuda! Qualquer teco-teco serve".
E ele: "Ah, então vou ver avião pequeno...
"Sim, moço, sim, qualquer um!"... Ai ele me arruma um, e que chegaria lá as 5 da tarde. Quatro horas de voo. Chegaria meio em cima da hora, mas eu daria um jeito!
Depois de tudo arrumado, liguei para meu marido.
"Oi, cheguei".
"Já esta em Toronto, então?"
"Ainda não, tomei avião errado".
Como brinco muito, ele disse: "Ah é?"
"Sim, estou em Hartford, em Connecticut.
"O que?????" O homem paralisou... (rs).
"Não se preocupe já estou em um avião que sai daqui a pouco e chega lá antes das 6".
"Nossa como você esta calma".
"To não... to fingindo"... (nos dois rimos)
Ai ele diz: "Agora quem ficou nervoso fui eu! Como isso aconteceu?"
"Relaxa...esta tudo bem..."
Bom... entramos num avião de 6 lugares. Era quase um teco-teco. Acho que era do Santos Dumont ou do Wright Brothers . Já quando entrei perguntei ao piloto: "Toronto, certo?" "Sim senhora, Toronto"...
Quando levantou voo, eu fiquei olhando para a janela, e o tal aviãozinho passava tão perto dos prédios que eu enxergava até as pessoas dentro de seus apartamentos assistindo televisão.
Finalmente depois de 3 horas cheguei em Toronto. Já fui descendo feito louca, puxando minha filha e indo direto procurar minhas malas!
Sim, minhas malas haviam ido direto para Toronto naquele avião que não peguei. E as achei, depois de muito custo. Estava em cima da hora... Corri, coloquei a mala num carrinho, minha filha no meu outro braço, e fui direto onde tinha o onibus, que parava na Alfandega. Tinha ainda que achar o hangar onde estava meu avião.
Parecia filme de ficção! Cheguei e o onibus saiu. Ah minha Nossa Senhora do Carmo! Não tinha táxi, nada. E ainda nevava. Desgraça pouca é bobagem.
Finalmente depois de um tempo veio o onibus. Não entrei dentro dele, eu pulei com tudo... e disse: "Moço, eu preciso pegar o avião das 6 para o Brasil". O cara parecia que tinha tomado cha de erva cidreira de tão lerdo.
Mas cheguei. Corri pelo Aeroporto, tentando checar na televisãozinha se meu voo havia mudado de hangar. Não! No mesmo! Deus é Grande!".
Quando cheguei no portao de embarque, todo mundo já havia embarcado. Somente eu e minha filha la fora. Entrei correndo, nem mostrei passaporte, nem sei que língua falei...
"Minha senhora, minha senhora, o passaporte! Não pode entrar sem o passaporte".
"Taqui Santo Cristo! Não posso perder esse avião"...
A moca, que devia ter tomado o mesmo cha do motorista do onibus, com dose extra de Lexotan, demorouuuuu para carimbar a passagem! Pronto! Graças a Deussssssssss!"
Eu não era a Mulher Maravilha, mas aquele dia, juro que voei e sem capa!
Quando sentei no avião, e sentei minha filha, parecia que eu ia ter um derrame cerebral. Me deu uma letargia... Mais tarde quando serviram o jantar, a aeromoça perguntou: "Suco de laranja, café, agua, ou coca?"
E eu : "Moca, eu quero vinho! Cê tem vinho moca?" Ela trouxe uma taça vazia e meia garrafa. Tomei no gole. Aquele vinho foi o presente do ano! Fiquei tontinha.
Desde então, outra lição aprendi. Todo avião que entro, eu pergunto: "Vai para aonde?"
(Foto em Detroit, Roque, minha filha e eu no meio de uma tempestade de neve)