Dia do Escritor
Hoje é o dia do escritor. É isso, uma data muito importante. Os escritores são os profissionais que usam as palavras como ofício e agraciam a nossa vida com histórias que nos encantam – a mim, pelo menos, pois sou uma grande leitora (quanta modéstia!) e uma quase escritora. Eu já escrevi um texto relatando que não sou uma escritora propriamente, mas uso as palavras para expressam o que carrego no peito.
Sabe, eu fui atrás de saber porque justamente hoje é o dia do escritor e descobri que essa data foi escolhida pelo ex-ministro da Educação e Cultura Pedro Paulo Penido, em 1960, para homenagear escritoras e escritores brasileiros. A escolha dessa data deve-se à realização do I Festival do Escritor Brasileiro, patrocinado pela União Brasileira de Escritores (UBE), que tinha por presidente João Peregrino Júnior, e pelo seu vice-presidente, o célebre escritor Jorge Amado. Esse festival ocorreu em 25 de julho de 1960.
Achei isso um passo para a valorização dos escritores, mas o caminho é muito mais longo e precisa de interesse dos governantes e sociedade em geral. Assim, para além de um dia de orgulho e homenagens aos escritores brasileiros, é propicio que busquemos refletir sobre as dificuldades que acompanham um oficio que é tão necessário, por se tratar de cultura, mas tão desvalorizado e desprestigiado no que tange a produção e divulgação dos livros e questões legais sobre o direito do autor.
Nos últimos anos tem se visto um aumento na quantidade de livros lidos pelos brasileiros. A produção literária vai a pleno vapor, agraciando as prateleiras com ótimos livros, para todos os gostos e estilos. Há muito diversidade e representatividade, o que permite opções variadas aos leitores. Por outro lado, o mercado editorial vai mal. As livrarias há muito tempo estão em dificuldades, sem quem as acudam.
Nesse dia do escritor, a literatura contemporânea e a penúria dos profissionais convergem em um ponto: precisamos de mais leitores e um olhar mais sensível por parte dos governantes. Publicar um livro no Brasil é caro e a venda destes é mais difícil ainda. Um escritor passa em média dois anos para escrever um livro e a venda de mil exemplares é motivo de comemoração – o que é triste por revelar a nossa trágica realidade. Essa é a vida do escritor brasileiro, mas claro que há exceções.
Precisa-se de mais leitores. Há uma crença popular de que há três coisas na vida que todos devemos fazer: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Há duas primeiras são as mais praticáveis, mesmo que em menor número a primeira, já que estamos com a imagem pública de que não cuidamos de nossas florestas. A terceira é um pouco mais difícil de ser realizada – e na minha opinião poderia ser substituída por ser um leitor assíduo.
Há a necessidade de mais leitores, de entender como esses escolhem os livros que irão ler; quais são seus medos, anseios e dúvidas; o que busca no livro em questão; que desafios e mudanças buscam em seu cotidiano. O Brasil precisa de mais gente lendo. É isso que tornará o setor saudável novamente. Nossos escritores merecem ver seus contos, romances, poesias lidos e apreciados pelo grande público. Precisamos mudar a mentalidade de que a leitura é algo para poucos, quando pode ser de muitos.
Devemos discutir tantas coisas, mas o essencial é que a literatura brasileira merece mais respeito e nossos escritores precisam de mais leitores – e merecem tê-los. Feliz Dia do Escritor!