PISOU NO MEU CALO
Meu saudoso pai Constantino Rêgo era uma figura especial em todos os
aspectos. Nascido e criado em Januária, extremo norte de Minas, foi cria-
do na beira do rio São Francisco, onde aprendeu a nadar desde tenra ida-
de.
Certa ocasião, reunidos à noitinha após o jantar, como de costume,
minha mãe Flaviana serviu-nos um gostoso cafezinho e o velho Rêgo, ini
ciou uma prosa falando da sua infância, das peladas na areia do rio (ele adorava futebol), dos seus amigos e colegas, etc e tal.
Suas histórias eram muito apreciadas por todos nós, inclusive por meni-
nos da vizinhança, os quais compareciam nessas ocasiões. Foi quando o Tininho, o caçula, veio correndo e pisou no seu pé. Meu pai deu um gri-
to e bradou:-
"- Ah, Tininho, eu conheci um homem que matou um outro por causa de um calo, tá sabendo?"
-o-o-o-o-o-
B,Hte., 24/07/20