E ISSO EXISTE??
Relacionamento ideal. Isso existe mesmo?
Já me posicionei com um guarda-chuva pois sei que aqui corro sérios riscos de levar várias advertências, principalmente por parte dos adeptos ao "neomachismo" (tanto homens como mulheres) que andam "pagando de moderninhos liberais"...
Enfim, permitam-me discorrer sobre esse assunto tão recorrente em tantos ambientes; no meu caso, principalmente em consultório com os pacientes e também a título de auto-análise.
Perdoem-me mas serei bem direta. Portanto, àqueles que se sabem numa "relação perfeita" ou em lua de mel, desaconselho a continuidade desta leitura. Ou seria o contrário?? Bem, essa decisão deixarei por vossa conta.
É possível que hoje, boa parte das relações (não apenas as amorosas) estejam pautadas em um ou mais ou todos os fatores listados abaixo:
Tentar "suprir" carências e inseguranças
Ser muleta um do outro
Dominadores e submissos
Necessidade de validação e atenção contínuas
Aprisionamento pelo "status quo", por exemplo,
Não suportar ver o próprio status de "solteiro" no face (sssério isso??!!)
Medo da solidão
Ter sempre alguém pra culpar
Sentir-se incompleto sem o outro
Servir como "curativo" de uma ferida original profunda
(Medo do abandono ou rejeição)
Sensação mútua de "falta de liberdade"
Excesso de cobranças recíprocas
Ver apenas as próprias necessidades
Imputar ao outro obrigatoriedades...
Entre outros...
Neste tipo de dinâmica, há a dificuldade de cada um conhecer a si mesmo como indivíduo, de identificar e comunicar suas necessidades de forma clara, o que multiplica ainda mais as frustrações.
("Individuação", termo muito usado por Jung, é justamente o processo que pode aumentar as possibilidades reais de "dar certo" na vida e no amor)
Como dar certo a dois se não estamos bem sendo um?
E como melhorar individualmente se a única coisa que somos capazes de perceber são os defeitos, a inadequação do outro, e o que nos ocupa é tentar mudá-lo o tempo todo?
Se não nos sentimos bem em nossa própria Presença?
Se não nos amamos nem nos valorizamos? Aqui abro um parêntesis para falar sobre as mulheres que se submetem a relacionamentos abusivos de todos os graus e status. Fora os Triângulos, Retângulos... e o dito "relacionamento aberto" inclusive, todos eles motivados pela covardia, insegurança e imaturidade (nem adolescentes se comportam dessa forma!!), medo de perder, de ficar sozinha ou de dar com os burros n'água, o que quer que seja. O nítido espelhamento dos medos do abandono e rejeição. Então ninguém se aprofunda e "fica tudo certo", ninguém corre riscos. E se começar a "incomodar", vamos pra próxima. E não me venham com argumentos travestidos do tipo "ser liberal é moderno", "é ser desapegado" UAAU! Na Teoria é lindo, mas na prática, muuuito pelo contrário, é tanto apego a si mesmo, ao medo de se dar mal que a superfície é a zona de "segurança".
E o patriarcado, agora repaginado, continua sua hegemonia "pegando geral", perpetuando a objetificação feminina (a propósito, devidamente subscrita e alimentada pelas próprias "vítimas"; nada contra, mas é só clicar em alguns "story e feeds"...) e este é o "cenário perfeito pra todos". Só que não. Posso estar até equivocada, porém ouso dizer que ninguém está realmente feliz. E "AI" daquela que sabe bem o que (não) quer, corre o risco de ser chamada de "careta" - ah faça-me o favor!
Apenas não nos esqueçamos que isso tem uma causa, a dor do "Yang ferido"(homens, vocês precisam começar a perceber quanta dor carregam e também merecem se curar!!!) mas isso é assunto pra outro momento.
Se não escutamos a nossa voz interior, como escutaríamos ao outro?
Indo mais além, como serem pais conscientes e pregar sobre o Amor incondicional se nem a dois a coisa funciona?
Imaginem uma pessoa fazendo tudo por todo mundo, marido, sogra, filhos, amigos, vizinhos... "incondicionalmente" mas se ressentindo porque ninguém a reconhece; a única coisa que vai conseguir é uma bela fibromialgia. Conheço algumas e já atendi outras tantas assim; eu mesma vivi um processo semelhante, mas a ficha caiu a tempo. Percebem onde isso pode parar, tamanha a disfunção do negócio?
Infelizmente não conheço uma solução milagrosa, mas seria de suma importância começarmos a refletir sobre sermos nós os responsáveis pelos ajustes a fim de criar o melhor relacionamento possível. Ter alguma curiosidade sobre os porquês das nossas frustrações (a opção de culpar o outro não vale!), já é um bom início.
E quem sabe, o Relacionamento Ideal seja aquele em que ambos estejam conscientes da preciosidade deste treino e façam dele um meio para que se tornem cada vez mais completos em si mesmos e mais amorosos com todos.
Ufa! Por hora creio já termos o bastante pra ruminar...
Relacionamento ideal. Isso existe mesmo?
Já me posicionei com um guarda-chuva pois sei que aqui corro sérios riscos de levar várias advertências, principalmente por parte dos adeptos ao "neomachismo" (tanto homens como mulheres) que andam "pagando de moderninhos liberais"...
Enfim, permitam-me discorrer sobre esse assunto tão recorrente em tantos ambientes; no meu caso, principalmente em consultório com os pacientes e também a título de auto-análise.
Perdoem-me mas serei bem direta. Portanto, àqueles que se sabem numa "relação perfeita" ou em lua de mel, desaconselho a continuidade desta leitura. Ou seria o contrário?? Bem, essa decisão deixarei por vossa conta.
É possível que hoje, boa parte das relações (não apenas as amorosas) estejam pautadas em um ou mais ou todos os fatores listados abaixo:
Tentar "suprir" carências e inseguranças
Ser muleta um do outro
Dominadores e submissos
Necessidade de validação e atenção contínuas
Aprisionamento pelo "status quo", por exemplo,
Não suportar ver o próprio status de "solteiro" no face (sssério isso??!!)
Medo da solidão
Ter sempre alguém pra culpar
Sentir-se incompleto sem o outro
Servir como "curativo" de uma ferida original profunda
(Medo do abandono ou rejeição)
Sensação mútua de "falta de liberdade"
Excesso de cobranças recíprocas
Ver apenas as próprias necessidades
Imputar ao outro obrigatoriedades...
Entre outros...
Neste tipo de dinâmica, há a dificuldade de cada um conhecer a si mesmo como indivíduo, de identificar e comunicar suas necessidades de forma clara, o que multiplica ainda mais as frustrações.
("Individuação", termo muito usado por Jung, é justamente o processo que pode aumentar as possibilidades reais de "dar certo" na vida e no amor)
Como dar certo a dois se não estamos bem sendo um?
E como melhorar individualmente se a única coisa que somos capazes de perceber são os defeitos, a inadequação do outro, e o que nos ocupa é tentar mudá-lo o tempo todo?
Se não nos sentimos bem em nossa própria Presença?
Se não nos amamos nem nos valorizamos? Aqui abro um parêntesis para falar sobre as mulheres que se submetem a relacionamentos abusivos de todos os graus e status. Fora os Triângulos, Retângulos... e o dito "relacionamento aberto" inclusive, todos eles motivados pela covardia, insegurança e imaturidade (nem adolescentes se comportam dessa forma!!), medo de perder, de ficar sozinha ou de dar com os burros n'água, o que quer que seja. O nítido espelhamento dos medos do abandono e rejeição. Então ninguém se aprofunda e "fica tudo certo", ninguém corre riscos. E se começar a "incomodar", vamos pra próxima. E não me venham com argumentos travestidos do tipo "ser liberal é moderno", "é ser desapegado" UAAU! Na Teoria é lindo, mas na prática, muuuito pelo contrário, é tanto apego a si mesmo, ao medo de se dar mal que a superfície é a zona de "segurança".
E o patriarcado, agora repaginado, continua sua hegemonia "pegando geral", perpetuando a objetificação feminina (a propósito, devidamente subscrita e alimentada pelas próprias "vítimas"; nada contra, mas é só clicar em alguns "story e feeds"...) e este é o "cenário perfeito pra todos". Só que não. Posso estar até equivocada, porém ouso dizer que ninguém está realmente feliz. E "AI" daquela que sabe bem o que (não) quer, corre o risco de ser chamada de "careta" - ah faça-me o favor!
Apenas não nos esqueçamos que isso tem uma causa, a dor do "Yang ferido"(homens, vocês precisam começar a perceber quanta dor carregam e também merecem se curar!!!) mas isso é assunto pra outro momento.
Se não escutamos a nossa voz interior, como escutaríamos ao outro?
Indo mais além, como serem pais conscientes e pregar sobre o Amor incondicional se nem a dois a coisa funciona?
Imaginem uma pessoa fazendo tudo por todo mundo, marido, sogra, filhos, amigos, vizinhos... "incondicionalmente" mas se ressentindo porque ninguém a reconhece; a única coisa que vai conseguir é uma bela fibromialgia. Conheço algumas e já atendi outras tantas assim; eu mesma vivi um processo semelhante, mas a ficha caiu a tempo. Percebem onde isso pode parar, tamanha a disfunção do negócio?
Infelizmente não conheço uma solução milagrosa, mas seria de suma importância começarmos a refletir sobre sermos nós os responsáveis pelos ajustes a fim de criar o melhor relacionamento possível. Ter alguma curiosidade sobre os porquês das nossas frustrações (a opção de culpar o outro não vale!), já é um bom início.
E quem sabe, o Relacionamento Ideal seja aquele em que ambos estejam conscientes da preciosidade deste treino e façam dele um meio para que se tornem cada vez mais completos em si mesmos e mais amorosos com todos.
Ufa! Por hora creio já termos o bastante pra ruminar...