O que será lembrado
O que será lembrado?
Encontrei-me, certa noite, com um copão de café na mão, muita dor de cabeça e mil e uma preocupações. Estou em frente a meu notebook, cheio de trabalhos para entregar, conteúdos para estudar e diversas provas agendadas.
“AAAARRRRR!” Grito em meu consciente! Estou há semanas nessa!
Respiro fundo, levanto-me da cadeira que eu estava, saio do escritório, vou para meu quarto e me jogo em minha cama. Tento fechar os olhos para descansar um pouco, não durmo direito faz dias! Minha cabeça parece que vai explodir! Levanto-me, pego um remédio e tomo. Rapidamente o sono me encontra e junto com ele um sonho, que me trouxe lembranças de quando eu era ainda uma menininha.
Estou com meus pais no carro, estamos cantando, eu não paro de sorrir, é noite e meu pai diz que vamos visitar tia Helena, meu sorriso aumenta. Ao chegarmos lá, batemos no portão e ele se abre, entramos na casa, tia Helena abre seus braços, corro até ela, Ah! Que abração! Ela me leva até sua salinha de costura, me mostra as coisas lindas que costurou, depois, segurando minha mão, me leva diretamente a cozinha, meus pais vêm junto, ela me pergunta sobre a escola, e eu conto tudo pra ela! Sobre minhas amigas, e o menino que vivia a implicar comigo. Enquanto me escuta, ela faz um ovo frito, e um cheiroso cuscuz “E então princesa? Como vai querer seu ovo frito hoje?” Me pergunta.
“-Saindo caldinho amarelo! Caldinho amarelo!”, falo entusiasmada.
Meus pais e tia Helena começam a conversar, corro para me sentar à mesa, enquanto tento entender o assunto deles sobre teologia.
“Prontinho!”, vem titia com um prato, coloca na mesa e me dá talheres.
“HUMM!” Falo olhando o prato com cuscuz e ovo frito! Ninguém fazia
um cuscuz como o da tia Helena! Tranquilamente me delicio com aquela comida.
E acordo. Mais uma vez no mundo atual. Sorrio e percebo então lágrimas rolando em meu rosto, que maravilhosas lembranças! Que saudade de minha falecida tia Helena. Levanto-me, tomo um gole de meu café já frio e sento-me novamente em frente ao meu notebook. Respiro fundo, continuo o meu trabalho, agora, recordando-me saudosamente da vida calma e tranquila que eu tinha quando era pequenina. Então me pergunto: “E no futuro? Olharei para meu passado e me lembrarei de toda essa correria que tenho vivido? Sentirei saudade também?”