SALVAR-SE.ENCONTRAR OXIGÊNIO. SANIDADE. A VIDA.
Não é difícil perceber a angústia associada à rotina advinda do desastre sanitário. Como a queda de três aviões jumbos por dia em número de mortos. Agora, vive-se como nunca a rotina da ameaça. Que não se banalize. Buscar alternativas. Uma volta no quarteirão, ao menos, de máscara, sendo possível. Arejar em lugares sem movimentos.Quebrar a rotina, o mármore da paralisação.
O terreno movediço da emotividade exacerbada se acentua. É a desordem da impossibilidade de ver diante de si a liberdade; e a paz sanitária. Cadeias algemam a vontade da plenitude da vida. Chamam de “novo normal” a anormalidade de poder se conduzir, sem precedentes. Chavões desnecessários.A angústia exacerba-se.
Como ópio dos sentidos, a vontade presa à rotina do medo e da restrição da liberdade traz a vertigem mental.Falta oxigenação do espírito.
Shakespeare, em grande bardo, dizia “o hábito é uma segunda natureza”.E o hábito é daninho e cruel por vezes quando voltado para a dissipação do próprio eu que se encerra na prisão pelo medo.
Esse “ modus” impulsiona fortemente a angústia que pode chegar de maneira intensa, colocando a alma em frente ao abismo da seletividade ou da patologia, ou se quebra a rotina ou mergulha-se no inferno da angústia. É preciso quebrar as cadeias. Sob segurança. Com calma e segurança rasgar um pouco a grade que nos envolve. A pena parece mais longa do que se aguarda.
Parece banal, mas envolve grave severidade de conduta se inexiste policiamento e consciência. Há risco cumulativo de uma ordenação que desordena.
Algumas considerações e projeções sobre o futuro se colocam hoje diante dessa transformação de conduta em que vivemos. De pequenas a grandes movimentações tudo mudou. É fácil saber, o antes e o agora que se vive no presente. Só futuro é incógnita.
Houve uma aceleração pouco percebida. Mudaram-se as formas; de trabalhar, de ensino, de comprar, até mesmo de amar.
O homem muda permanentemente na roda da vida, temporalizando-se, integrando-se em si mesmo com sua mudança. Assim faz seu passado, faz sua história. É princípio extraordinário que se particulariza e singulariza, resolvendo simultaneamente qualquer objeção, pois não há passado absoluto, pois perdura no presente. O passado não se termina no não-ser, logo que, perdurando no presente, co-integra a realidade humana, único ser suscetível, em si, de historicidade. Sem passado, é inegável, não existe história. E o agora de hoje será um passado triste. De memória violentada pela história que se abate sobre a humanidade.