VOTO.DEVER OU DIREITO? CORRUPÇÃO NA PANDEMIA.CASTELOS.

Muitos, embora apaixonados por política como arte ou ciência, como é sua definição, vivem em castelos solitários e emudecidos quando esse é o tema. Por quê? Pela singular razão de não concordarem com política como profissão.

Profissão, de forma alguma se irmana à atividade política, nasce e se desenvolve por vocação e se dirige ao crescimento individual em todos os sentidos, inclusive material. O bom profissional é o mais caro, o mais procurado, seu espaço de atendimento é menor, a pauta é grande, daí ser mais valorizado. A excelência de seus serviços ganhou prestígio, seu sucesso se mostra em números; enriqueceu justificadamente, passou e passa por todos os crivos e malhas.

Já o exercício da política lastreada na correção tem outra dirigência suas setas - é plural, setas - apontam para o coletivo. Cuida-se de missão, se insere em quem abraça a atividade política, ou devia nela encarnar a doação pessoal irrestrita, sem moedas de troca, principalmente as escusas. Sem abnegação e ato de entrega ao interesse coletivo não há política, mas interesse individual. É o que se vê.

Mesmo os que ainda têm motivos para exercer o direito do voto, vão muitas vezes para as urnas como boi para o matadouro.Para ANULAR O VOTO, EVITANDO PUNIÇÕES. Por quê? Não querem sanções civis, pecuniárias e administrativas como está previsto em lei. E caminham para o que não querem, votar. Como o gado caminha para a morte.

Votar é direito, não dever, quem exerce o voto dá mandato, no caso, público, presidido pelo princípio da confiança e da liberdade pessoal. É como dar procuração, é ato livre, de escolha, espontâneo, erradamente no Brasil é obrigação o sufrágio universal. Se não tenho quem me represente em ideia não vou à urna. Qualquer ato sob coerção, obrigação, de manifestação da vontade, muito mais este, direito do cidadão, deve e impõe-se que seja livre.

Obrigar a fazer o que não se quer nessa área é tirania. Qual? O popular e conhecido voto de cabresto, o antigo e atual coronelismo que tem origem na desinformação, deseducação e violência que nasceu no interior e ganhou as cidades.

Esses castelos do coronelismo ainda prosperam, são visíveis para quem tem olhos de ver. Mas são inseridos como cartas de baralho que caem em cascata, demoram, mas caem, impulsionados pela cobiça. Problema de tempo, exclusivamente temporal a queda.

A nota de agravo à sociedade mundial, alimentada pela fraude e desmandos de toda sorte, fez cair os grandes castelos privados, inseridos no público, na chamada “crise” econômica. Agora está flagrante na corrupção, nas asas da pandemia descaradamente praticada a corrupção. Não há limite para o canalha.

No Brasil os castelos passam por todas as malhas e entre renúncias e compadrios voltam sempre. Até quem já foi rei volta a ser príncipe, o que importa é habitar castelos, sempre. Que não tenhamos novas “gabelle”, mas seus projetos já se mostram, taxa sobre o sal odiada pelos camponeses da França, para ajudar a construir Versailles.

As consequências todos conhecem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/07/2020
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