Ela é ela

Semblante sereno dela em ser freira. E com vinte e um anos entrou para um convento do Sagrado Coração de Jesus e dedicou sua vida ao Mestre Jesus. E fez quatro faculdades, a de teologia, filosofia, psicologia e língua portuguesa como entes. E dava aulas de graça para as noviças do convento e era responsável por limpar todos os chãos do convento e ajudar na cozinha a descascar batatas. E era feliz mesmo sendo mais inteligentes do que as outras irmãs era pura, doce e simples. E mesmo quando brigava com ela, ela era obediente até o fim. E serena face doce de um amor divino ela se tornou santa até o dia de ir para o céu e interceder no céu pelas almas no purgatório. E chamava-se Angelina uma mulher linda, bela e temente a Deus. E com sessenta anos publicou seu primeiro livro religioso e deu todo o dinheiro para sustentar o convento. E começou a deslanchar a carreira de escritora e foi feliz. E escreveu vinte livros até quando morreu aos cem anos e foi ao colo do Pai. E tivera filhos e filhas espirituais que visitavam elas no convênio e ela foi ungida e feliz com tudo de bom. Angelina foi abençoada por Deus com o dom da escrita, mas o que mais gostava era limpar o chão, pois sentia limpar sua alma com tal exercício vocacional. E de cortar batatas fazia batata frita para alegrar as freiras e mais não era pecado comer somente exagerar. E guardava os portões do convento para receber as visitas das famílias que traziam mantimentos para as freiras do Sagrado Coração de Jesus e recebiam também crianças abandonadas. Tinham um orfanato ao lado do convento chamando “Crianças de fé” e as freiras cuidavam das crianças de dias de nascimento até os vinte e um anos assistiam elas. Eram em torno de cinquenta crianças e adolescentes e elas e eles estudavam em uma escola municipal da região chamada “Somos livres pela fé” e tinham aulas com Angelina de ensino religioso e teologia. De todas as crianças três queriam ser freiras e dois padres. E chamava-se Eugênia, Estaquia, Efêmera as meninas vocacionadas e Josuel e Feliciano futuros padres do Sagrado Coração de Jesus. Angelina ao completar oitenta anos foi elevada a madre superiora do convento mais não deixava de limpar os chãos e nem de descascar batatas nem de cuidar das portas do convento. E cuidou de mais de vinte crianças amadas por ela, mas o amor era por todas. E Angelina era virginiana e fazia aniversário em agosto e as freiras faziam o bolo predileto dela o de brigadeiro floresta. E de cada dia de vida agradecia a Deus sua boa saúde. E no final de cada dia agradecia a Deus sua vida passageira pela terra. E antes de morrer pegou tísica, mas decidiu não tratar. As freiras choravam, pois ela ia morrer. Em sacrifício de vida Angelina se dedicou seus últimos anos a cuidar dos três e dois, freiras e padres vocacionados e eles retribuíram os três a ela. Angelina era bem quista por todos e todas as freiras quando ela morreu enterraram-na num sepulcro feito de mármore e cobre. Angelina se foi mais seu coração continua querido por Deus e por nós.