MORRER COMO  BORBOLETAS
 
Hoje eu vejo as borboletas com seus voos erráticos no seu bater de asas enfeitando um espaço entre a terra e o céu – são lindos seus voos pelas belezas dos enfeites de suas asas e isso eu posso ver todos os dias, elas parecem eternas – sim parecem, mas não são. Não devo esquecer-me de que as borboletas que vejo, daqui a um mês com as mesmas características e as mesmas belezas, são outras, mas nos dá aquela percepção de que elas, as borboletas, são eternas, pelo menos para a nossa existência que não é eterna.
Nós seres humanos somos vidas, como as vidas dos animais, só que nós temos a “inteligência”, o que nos difere das espécies animais. Mas quando falamos em morrer, a única diferença é que sabemos que vamos morrer, mas não quando.
Nós, quando vemos as fotos antigas, de pessoas que já morreram ou partiram, também vemos os novos nascimentos das pessoas que estão chegando. É como morrer como as borboletas, para renascer novas vidas a fim de manter o nosso existir quase que eterno, ou pelo menos enquanto a nossa vida existir.
Na teoria do Russo Alexander Operim, explicava como a vida dava início através da teoria dos aminoácidos, comprovado em 1953 em laboratório por Stanley Miller. Temos como a vida começa, por meio de estudos. Então temos como explicar o início, mas a parte do meio, que é viver, vai depender da sorte e de como o indivíduo dirige a sua vida, às vezes como ela é dirigida em parte, pelos outros – um assunto complexo.
Mas a última parte que chamamos de morte, não temos como estudá-la, pela ciência e biomedicina, pois ainda estamos vivos e apenas teremos teorias e choques de opiniões e sem resultados. A minha opinião também é apenas uma opinião, para também entrar em choques, mas sou da opinião científica explicada por Alexander Operim. Eu, quando dou opinião, claro tenho que explicá-las, com teorias da ciência, assim como todos os outros têm as suas explicações. Veja bem que eu estou falando tudo o que envolve ciências e que possa ser provado.
O que aprendi no colégio e com os meus livrinhos, é que o próprio sol tem uma vida luminosa finita, e tem até o seu tempo de duração estudada pelos astrônomos. Ou seja, nada é para sempre ou será modificado. A vida para mim, e não só para mim, é assim, as existências humanas vão sendo renovadas por outras vidas, assim como já aconteceu por milhares de anos, e vão continuar.
A morte é o final da nossa existência - a vida deixou de ser, nos livraremos de todos os problemas ocasionados pela vida, não importando se fomos felizes ou não, se morremos antes do tempo ou no final, pois tudo será apagado. Então o morrer não é o pior acontecimento – o deixar de existir é uma passagem do viver, para voltar ao mundo antes do próprio nascimento - o não existir.
Seria ótimo se vivêssemos bem o maior tempo possível, e que a morte fosse a mais rápida e menos sofrida, mas não é o que ocorre, pois o mundo está sofrendo pelas influências dos humanos que o habitam – outro assunto complexo. 
A parte ruim das pessoas que morrem, não são os mortos – são os amigos e parentes que ficam prosseguindo na vida que têm suas belezas e também seus sofrimentos, que um deles é perder um parente ou amigo, um ente querido, que às vezes é um sofrimento que parece ser quase que infinito. E são para esses sofridos que nós devemos levar as nossas condolências e o nossos pesares – não para a pessoa que nos deixou.
Pode ser por uma grande saudade, um egoísmo do não querer perder, uma grande falta à nossa convivência que deixou a nossa vida incompleta - são coisas que a vida ainda não trouxe uma explicação, mas com certeza, nos livraremos das aflições pelas perdas, quando com certeza, algum dia morreremos como as borboletas. Elas, as borboletas, não devem sentir o sofrimento pelas perdas das companheiras, pois a vida é assim, sempre buscando a renovação das espécies – elas sabem, ou não!  Mas nós é que não conseguimos acreditar nessa renovação, que vemos, mas não queremos enxergar ou não conseguimos, porque somos humanos e “pensamos”.
“UMA VIDA SE FOI E NO FUTURO SEREMOS NÓS A IR”
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 21/07/2020
Código do texto: T7012200
Classificação de conteúdo: seguro