ESTANTES DE LIVROS

Em certa época estante de livros era um móvel quase obrigatório nas residências das famílias. Dependendo da cultura e do poder aquisitivo elas eram mais chiques e sofisticadas. Lembro que na casa de meus pais ela era simples, parecida com um pequeno armário com vidraça. Na frente de minha residência morava um advogado que eu apreciava suas coleções com brochuras coloridas, livros bem encadernados com belas capas e, além de obras de direitos tinha também enciclopédias e romances.

Muito admirava as coleções da Biblioteca Municipal e do Colégio Nossa Senhora das Graças onde estudei de dos seis aos dezoito anos. Metros e metros de compêndios para todo gosto.

Hoje com a biblioteca virtual esse cenário foi mitigado, até porque as casas são tão minúsculas que não dispõe de uma parede ou de um local para guardar esses alfarrábios. A tendência para um futuro próximo é que todas as publicações existentes sejam disponibilizadas de forma virtual. E também que as novas publicações sejam digitalizadas.

O meu acervo com livros didáticos, romances e algumas coleções embora defasadas estão no meu escritório. Sempre estão querendo me convencer que devo me desfazer dessa parafernália como eles dizem, porque agora tudo é digital.

No entanto, um amigo, o escritor Fernando Vasconcelos, fez uma observação que achei interessante. Nesse novo normal, as lives estão em alta, as aulas estão sendo ofertadas de forma remota, as entrevistas, programas de televisão e jornais são apresentadas nas residências e o cenário, o pano de fundo, tem sido sempre uma estante de livros. Será que ainda tem muitas pessoas lendo os livros tradicionais? E mais uma dúvida. As pessoas estão lendo mesmo tanto assim ou aqueles livros são apenas um cenário?

A valorização das estantes de livros me chamou atenção e me fez recordar os velhos tempos além de dar a impressão que tem muito mais pessoas investindo em livros físicos do que se imaginava.

Na verdade, a biblioteca tem uma história que evoluiu acompanhando as mudanças do mundo. Do modelo tradicional chegou ao modelo eletrônico. O importante é ler independente de ser em livro físico ou digital.

“Onde se semeia leitura, as ideias florescem”.

(autor desconhecido)

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 20/07/2020
Reeditado em 20/07/2020
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