O triunfo das nulidades pré e pós Ditadura
Como é sabido, há 100 anos Rui Barbosa chamou a atenção do país com relação ao triunfo das nulidades, portanto pelas palavras desse importante personagem da nossa História, sabemos que esse mal é antigo e provavelmente anterior ao próprio Rui.
Não temos como conhecer com detalhes a pré-história desse mal, mas podemos estudar sua história mais recente.
A história do triunfo das nulidades se divide em duas fases: uma que começa não sei quando e termina com o fim dos governos militares e outra posterior até os dias atuais.
Na primeira fase, para se triunfar como nulidade, necessariamente teria que se pertencer ou ter alguma ligação com uma elite burra, incompetente e egoísta.
Essa elite, que ajudou a promover o golpe de 1964, durante a Ditadura nadou de braçada protegida pelo crédito fácil a juros subsidiados, pelos incentivos fiscais e pela reserva de mercado. E consequentemente receberam a maior fatia do bolo por obra do magnânimo Deu Fim Neto, que hipocritamente dizia que “primeiro o bolo tinha que crescer para depois ser dividido”. Com isso, as nulidades integrantes da elite burra, incompetente e egoísta ampliaram suas pastagens.
Como exemplo marcante dessa fase, cito o honorável bandido José Ribamar, vulgo Sarney, o cabeção.
Na fase pós ditadura, houve sensível transformação no perfil das nulidades triunfantes.
Primeiro, para se adequar aos novos tempos e garantir sua sobrevivência, a elite burra, incompetente e egoísta teve que abrir mão do seu tradicional “direitismo” e aderir à tendência da “esquerdização” do país, porque depois da “redemocratização”, os partidos de Esquerda avançaram no Estado como abelhas nos confeitos de padaria. Puderam inclusive preparar uma “constituição cidadã” para proteger seus interesses.
A História mostra que, numa economia de mercado sadia, as grandes fortunas tendem a encolher e até mesmo desaparecer no decorrer das décadas.
Por isso, pode ser muito “saudável” se manter uma convivência pacífica com os governos para garantir uma sobrevida. Nesse caso, o posicionamento ideológico desses governos tem pouca ou nenhuma importância
Nessa convivência é que entram as “mesadas” para governantes, legisladores e magistrados corruptos.
Contudo, a elite burra, incompetente e egoísta teve que ceder um pouco no seu egoísmo para que os governantes pudessem desenvolver seus métodos de distribuição de ópio para anestesiar o “povo” e garantir sua fonte de votos.
Aí aparece a diferenciação do perfil das nulidades triunfantes, porque parte dela continuou como donos do Capital, outra parte continuou no Estado inchado e ineficiente, outra nas universidades, na imprensa e uma mais democrática surgiu com a abertura de oportunidades, independentemente da classe ou posição social, bastando se alinhar com a ideologia dominante.
Essa “democratização” permitiu por exemplo, que uma nulidade que comparou a inteligência do Homo sapiens e Mulher Sapiens com a do besouro rola-bosta chegasse à Presidência da República, que “filósofa” que faz apologia ao orifício terminal do trato digestivo ganhasse espaço na mérdia, digo mídia, e que exibidores de bunda e outros idiotas se tornassem “formadores de opinião”.
Pelo que parece, é um mal ab ovo com premissas ad aeternum.