À Rosa Brasil
Com admiração, afeto e votos de muita felicidade.


Desde menina eu sempre admirei a Rosa, passei a minha infância ouvindo falar sobre as fases da Rosa Brasil. Quando eu olhava para ela, eu ficava imaginando qual rosa do jardim da minha mãe, ela seria, pois  era um jardim diversificado de muitas espécies flores... e eu a imaginava uma rosa de cor alegre e muito bonita. Quando ela entrava na casa dos meus pais, eu não saía de perto dela, a nossa diferença de idade era grande, eu tinha 08 anos e a Rosa tinha 19 anos, o que eu mais admirava nela, era o jeito desprendido, era o pouco caso que ela fazia das regras, quando o assunto era a sua vida privada, e tudo o que era proibido, na concepção dos adultos, a Rosa fazia,  ela falava que o seu sobrenome era o nome do País, e que esperava que esse Brasil acolhesse as suas ideias. Ela era uma revolucionária, estava sempre à frente dos desafios. As crianças normalmente na minha infância, eram invisíveis, ouvíamos coisas estranhas que não entendíamos, conversas de comadres, críticas, preconceitos, discriminações, se aquilo me indignava eu não tinha o discernimento para entender o porque eu sempre mesmo calada, do lado da Rosa, eu ficava... Quando fui ficando adolescente, a Rosa continuava frequentando a casa dos meus pais, porque os seus pais eram amigos dos meus pais... A Rosa enfim, perdeu seus pais e passou à frequentar mais a nossa casa, era uma amiga do dia a dia, e os problemas da Rosa, eram os divididos lá em casa... A minha família nunca quis que eu fosse muito próxima da Rosa, diziam que era não era aconselhável como amiga para uma adolescente... E eu segui com a minha vida. Depois de adultos, até hoje a Rosa faz parte das nossas vidas, a Rosa é muito querida, hoje eu percebi que a Rosa nunca fez nada de errado, ela apenas viveu como escolheu, e ultrapassou os conceitos daquela época, trabalhadora, honesta, seu lema era a sua liberdade, assim como eu. A rosa é amiga para todas as horas... Continua rebelde mesmo em nossa diferença de onze anos de idade de uma para a outra, eu continuo admirando a força, a independência, a liberdade e irreverência dela, ela é como eu, ou será que eu sou como a Rosa... Não. Somos pessoas diferentes que não choramos sobre o leite derramado, porque chutamos a leiteira. O provérbio que fala, me diz com quem tu andas que eu te direi quem tu és, nunca combinou comigo e com a Rosa, pois nunca andamos juntas, mas sempre estamos juntas nos momentos bonitos e difíceis. Quando eu me separei e com três filhos ainda muito pequenos, fiquei na pior, a Rosa estava lá, com as suas mãos estendidas à me acolher, sem nada perguntar, sem se intrometer. Isso se chama amizade. Hoje cedo acordei com uma linda mensagem da Rosa, o que muito me emocionou, a Rosa é uma sobrevivente também dessa pandemia... Mulher admirável, grande guerreira, amiga das horas tristes e da alegria. A Rosa, tanto quanto eu, não fazemos parte de nenhum partido político, somos cidadãs que concientes continuamos do lado dos oprimidos, ajudando sem apontar esse ou àquele.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 20/07/2020
Código do texto: T7011429
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