Quase meio-dia
Dias desses, saí – lá pelas sete e meia. Percebi a manhã nublada – não tão nublada.
Uns, digamos, 40 por cento. Julho, aqui no Norte, é tempo quente, o sol vem a todo vapor. Meio inclemente.
E gostei daquele ambiente, a manhã. Me tocou olhar e ver o céu um tanto claro, um tanto escuro. O voar de aves, pombos, passarinhos, urubus.
Andava, observava as árvores, ônibus, automóveis. E principalmente as pessoas, desconhecidas. Desconhecidas como eu, um desconhecido para os desconhecidos.
Caminhava. Deparava-me com aquilo que todos os dias vemos, nenhuma novidade. Rotina. Mas quando o coração relaxa, abre-se, amolece, enxergamos além das aparências, além da simples e cansativa rotina.
E me inspirei.
Numa praça, lugar a acolher os ociosos, desocupados (no bom sentido), sentei num dos bancos.
Fiquei ali, e alguns transeuntes a seguir seus rumos.
Minha cabeça estava ligada naquela manhã, agradável, amena, maneira. Me descontraía isso.
Levantei-me, segui, fui embora. Não recordo o que fiz em seguida, para onde fui. Percebi depois: o sol já estava “mandando no pedaço”, quente, brilhante. Quase meio-dia.