O nosso pão que sempre falta
Parece que estão todos arruinados com as mentes impregnadas de objetivos e planos vis, baseados em uma falsa ideologia do sucesso, tudo em prol de status.
São homens bem barbeardos, mulheres com cabelos pintatos de loiro, com empregos que se orgulham e se sentem superior porque não fazem outra coisa da vida senão correr atrás de dinheiro para frequentar lugares requintes, comprar roupas chiques desconfortáveis, para bons carros, para se sentirem superiores aos outros miseráveis, que quimera desgraçada somos nós, Pascal?
Mas o que diferencia um miserável do outro? A mentira dos falsos ideais? O medo da morte? A insignificância do próprio ser? O deus morto que criaram? A essência da insignificância reside na espectativa e na confiança de que é coisa alguma, e é na hipocrisia que se igualam o rebanho perdido nas suas próprias convicções e planos medíocres.
Como uma pulga atrás da orelha essa lógica de mundo nos é empurrado. Pessoas por trás de religiões e empresas achando que são os donos do mundo. Quem é que sabe a verdade do universo ? Quem está apto a se sentir melhor que o outro? A mediocridade habita a promiscuidade em que baseamos nossos sonhos e desejos cotidianos. Que fodam os bem vestidos e os que falam em moral. Que se fodam.
Acendi meu cigarro, e voltei a ouvir Joy division.