Lista de alegrias
A vida é agora
Anselm Grün
1. A gente liga a TV e o rádio e só dá Covid-19. Arre! É constrangedor dormir e acordar ouvindo que "nas últimas vinte e quatro horas morreram", aqui e alí, centenas de brasileiros, assassinados pelo vírus de plantão, impetuoso e traiçoeiro.
2. Não querendo, nunca, aproximar-me dos indiferentes ao difícil momento que o país atravessa, tenho, nos últimos dias, evitado ouvir as notícias sobre o novo coronavírus. Ora, além desse miserável confinamento, ainda ter que ver cadáveres, um atrás do outro, a caminho de cemitérios improvisados... Tô fora!
3. Ao invés de ficar olhando os cadáveres sendo enterrados em covas rasas, rezo por eles e vou ouvir música erudita - Beethoven, Strauss, Chopin, Händel e a "La Boheme" de Puccini. Vez em quando vou ao Spotify e ouço um cancioneiro verde-amarelo, não vou negar.
4. Quando canso de ouvir música, faço uma reforçada merenda e me atraco com bons escritores: os mortos, para saber o que de interessante eles nos deixaram; os vivos, o que de bom eles estão nos presenteando. Com as livrarias fechadas, está difícil saber o que há de lançamentos na praça.
5. Contento-me com o que já tenho em casa. Hoje, por exemplo, passei os olhos nos livros do monge beneditino Anselm Grün, procurando, com sua ajuda, renovar, fortalecer minha fé, que, confesso, não anda tão inabalável. Os livros desse monge fazem os pecadores, eu um deles, reencontrarem-se com Deus.
6. Não faz muito tempo, escrevi sobre "Os prazeres mais intensos que a vida nos proporciona", enumerados pelo escritor Allan Percy no seu livro "Oscar Wilde para inquietos". Dentre os apontados, inclinei-me pelo prazer de "Comemorar o dia de hoje"; e fui seguido e aplaudido.
7. Pois bem, dom Anselm, teólogo alemão, autor reconhecido em todo o mundo por seus livros publicados em 25 idiômas, no "Deixe as Preocupações de Lado e Viva em Harmonia" traz um farto e bem- posto comentário sobre as "alegrias" que a vida nos oferece.
8. Para o beneditino, "são as coisas simples que alegram o coração. Todo mundo pode tê-las". E para robustecer seus comentários sobre alegrias, pôs ao seu lado Bertholt Brecht (1898-1956) e Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Cada um com sua "lista de alegrias", mostrando, diz Grün, "que para sentirmos alegria não precisamos de muitas coisas, nem coisas caras".
9. Para Brecht, basta: "Tomar um banho de chuveiro, nadar, = Música antiga = Sapatos confortáveis = Entender = Música nova. = Escrever, plantar. = Viajar. = Cantar = Ser gentil".
10. Para Goethe: "Deveríamos todos os dias, = Pelo menos ouvir uma pequena canção, = Ler um bom poema, = Ver uma bela pintura e, = Se possível, = Dizer algumas palavras sensatas".
11. Anselm Grün ainda lembra o que Fernando Pessoa anotou no seu "Livro da Inquietação"o que desejava para que a alegria povoasse seus dias: "Nada mais que... = Um pouco de sol = Uma pequena lufada de ar = Algumas árvores que = Emolduram a distância, = O DESEJO DE SER FELIZ".
12. Para este modesto escriba, "O Desejo de Ser Feliz" é sem sombra de dúvida a maior e a melhor das opções ditadas pelo poeta lusitano. A regra é, pois, pois, esta: Nunca perder a vontade de ser feliz; mesmo atravessando borrascas; enfrentando turbulências... Não é difícil ou tão difícil deixar que a alegria tome conta do nosso dia a dia...
A vida é agora
Anselm Grün
1. A gente liga a TV e o rádio e só dá Covid-19. Arre! É constrangedor dormir e acordar ouvindo que "nas últimas vinte e quatro horas morreram", aqui e alí, centenas de brasileiros, assassinados pelo vírus de plantão, impetuoso e traiçoeiro.
2. Não querendo, nunca, aproximar-me dos indiferentes ao difícil momento que o país atravessa, tenho, nos últimos dias, evitado ouvir as notícias sobre o novo coronavírus. Ora, além desse miserável confinamento, ainda ter que ver cadáveres, um atrás do outro, a caminho de cemitérios improvisados... Tô fora!
3. Ao invés de ficar olhando os cadáveres sendo enterrados em covas rasas, rezo por eles e vou ouvir música erudita - Beethoven, Strauss, Chopin, Händel e a "La Boheme" de Puccini. Vez em quando vou ao Spotify e ouço um cancioneiro verde-amarelo, não vou negar.
4. Quando canso de ouvir música, faço uma reforçada merenda e me atraco com bons escritores: os mortos, para saber o que de interessante eles nos deixaram; os vivos, o que de bom eles estão nos presenteando. Com as livrarias fechadas, está difícil saber o que há de lançamentos na praça.
5. Contento-me com o que já tenho em casa. Hoje, por exemplo, passei os olhos nos livros do monge beneditino Anselm Grün, procurando, com sua ajuda, renovar, fortalecer minha fé, que, confesso, não anda tão inabalável. Os livros desse monge fazem os pecadores, eu um deles, reencontrarem-se com Deus.
6. Não faz muito tempo, escrevi sobre "Os prazeres mais intensos que a vida nos proporciona", enumerados pelo escritor Allan Percy no seu livro "Oscar Wilde para inquietos". Dentre os apontados, inclinei-me pelo prazer de "Comemorar o dia de hoje"; e fui seguido e aplaudido.
7. Pois bem, dom Anselm, teólogo alemão, autor reconhecido em todo o mundo por seus livros publicados em 25 idiômas, no "Deixe as Preocupações de Lado e Viva em Harmonia" traz um farto e bem- posto comentário sobre as "alegrias" que a vida nos oferece.
8. Para o beneditino, "são as coisas simples que alegram o coração. Todo mundo pode tê-las". E para robustecer seus comentários sobre alegrias, pôs ao seu lado Bertholt Brecht (1898-1956) e Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832). Cada um com sua "lista de alegrias", mostrando, diz Grün, "que para sentirmos alegria não precisamos de muitas coisas, nem coisas caras".
9. Para Brecht, basta: "Tomar um banho de chuveiro, nadar, = Música antiga = Sapatos confortáveis = Entender = Música nova. = Escrever, plantar. = Viajar. = Cantar = Ser gentil".
10. Para Goethe: "Deveríamos todos os dias, = Pelo menos ouvir uma pequena canção, = Ler um bom poema, = Ver uma bela pintura e, = Se possível, = Dizer algumas palavras sensatas".
11. Anselm Grün ainda lembra o que Fernando Pessoa anotou no seu "Livro da Inquietação"o que desejava para que a alegria povoasse seus dias: "Nada mais que... = Um pouco de sol = Uma pequena lufada de ar = Algumas árvores que = Emolduram a distância, = O DESEJO DE SER FELIZ".
12. Para este modesto escriba, "O Desejo de Ser Feliz" é sem sombra de dúvida a maior e a melhor das opções ditadas pelo poeta lusitano. A regra é, pois, pois, esta: Nunca perder a vontade de ser feliz; mesmo atravessando borrascas; enfrentando turbulências... Não é difícil ou tão difícil deixar que a alegria tome conta do nosso dia a dia...