Culturas
A cultura da subserviência não é uma praia frequentada por mim, e viver para agradar o outro, é anulação; só a sombra é capaz de acompanhar o dono, taciturna. Qualquer outra forma de existir sem liberdade é escravidão, servidão e inferiorização. O indivíduo nasce sob a lei do ventre livre, e quando cresce vira refém do poder alheio; cativo de suas palavras.
É preciso ter voz, espaço e espírito aguerrido para lutar contra as injustiças, intolerância e cultura de ódio. A cultura do espelho é outro muro para atravessar, e nesse fecha-muro o indivíduo é obrigado a ter a mesma dimensão do refletido; se não pensa igual ou agir de acordo com as exigências, é imagem distorcida.
Já a cultura da imposição, pressiona o indivíduo a mentir, despir-se de suas crenças, desfigurar suas impressões e sabotar sua personalidade. E para completar permite seu olhar, mas com a corda no pescoço, como último ato de caridade. Ninguém merece estar condicionado à estrutura fixa, e a rigidez não abre leque para as possibilidades.
A síndrome de ser Deus é um espinho de mandacaru, pois a ideia de conhecer o outro, adivinhar seus pensamentos, e interpretar suas palavras, com base nos ísmos pessoais causa dor latente. São muitas culturas impostas ao homem, e a cultura do vitimismo é palco de standard up, só rindo.