EU, GENOCIDA?
Falando numa “live”, (já que escasseiam a cada dia as decisões escritas, fundamentadas e altaneiras), o ministro do STF, Gilmar Mendes, deitou falação nas FFAA. Disse que é inaceitável o vazio em que se encontra o Ministério da Saúde. E se a “estratégia é retirar o protagonismo do Governo Federal, se é atribuir responsabilidade a Estados e Municípios, se for essa a intenção é preciso fazer alguma coisa; isso é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio; não é razoável”.
A cada palavra sinistra o Mandetta, que também participava da “live”, acenava com a cabeça, assentindo ao descalabro.
Rapidamente o Ministério da Defesa e os comandantes das três Armas, Exército, Marinha e Aeronáutica responderam ao “senhor Gilmar Mendes” numa Nota Oficial, e terminaram-na dizendo que iriam representa-lo à PGR para as providências cabíveis.
Eu não sei quais seriam essas providencias cabíveis,só espero que não seja um chá da tarde ou coisa parecida; ou um almoço com bom vinho e lagosta.Pouco se me dá isso, bem como não me interessa muito a Nota e a repercussão que ela teve na imprensa, porque para mim a resposta é o mínimo que se poderia esperar nas circunstâncias.
Eu vejo a coisa por um ângulo um pouco diferente, que remonta à decisão sinistra e unânime do Tribunal ao qual pertence o “senhor Gilmar Mendes”, comutando a Estados e Municípios a gerência da crise da covid-19. Retiraram, de maneira inconstitucional, escabrosa, e politiqueira a ação do governo central dada por lei, para parti-la em Estados e mais de cinco mil municípios. Como se uma idiotice dessas poderia dar certo!.
Como obviamente não deu, e era óbvio, como é óbvio que tem muito governante genocida, à medida em que nega socorro precoce aos contaminados pela covid para jogá-los em leitos inexistentes de hospitais precários, com respiradores ineficientes e a custo superfaturado, além de hospitais de campanha que são uma campanha contra a decência e em favor de falcatruas, é natural que os verdadeiros iniciadores dessa patacoada sinistra – os onze ministros do STF – comecem a se coçar, porque a História vai cobrar de cada um daqueles politiqueiros as respostas para a sandice deles.
Retiraram o poder do Governo central, que tinha razão desde o início, em que pesem as falas atabalhoadas, atrapalhadas e até bestas do Presidente da República, que tem como característica um linguajar tanto honesto quanto tosco.
Retiraram o caminho óbvio que qualquer manual de saúde pública indica – confinamento só a pessoas infectadas e de grupos de risco, liberando-se as demais, sem atropelar a vida social e econômica -, para darem a Prefeitos e Governadores o poder de vida e de morte a cada brasileiro.
Quando aquelas pessoas viram o que fizeram, quando constataram que no Brasil, por assim dizer, verde e amarelo, o vírus não ataca com tanta letalidade, ao contrário do Brasil azul e vermelho, o medo lhes bateu à porta.
Como a consciência, embora curta e insensível acuse – “eu, genocida?” – muitas e muitas vezes, o negócio é tachar outrem, até porque aqui como em todo lugar vale a máxima de acusar os outros do que se é. Quem sabe dá certo, quem sabe se consegue juntar mais esta vilania a outras tantas.
Espero que tudo isso tenha um fim logo. Que o Brasil recomece a encontrar seu caminho há muito tempo perdido. Quase 40 anos de rota errada não se acerta de um jato. Mas, é preciso que se acerte, ainda que tenha que correr muito e correr com muita gente.