A santidade perdida - bviw

Não tenho tendência a conservadorismos, mas sinto falta das confissões individuais da igreja católica. A volta das confissões públicas (para os políticos quem sabe?) seria um exagero, mas as individuais, ao pé do padre, sobretudo as infantis, eram uma ótima prática. Sinto falta das filas imensas ao confessionário. Eram uma espécie de terapia semanal. Ainda criança, aprendia-se a fazer o exame de consciência e analisar os pecados cometidos a partir da última confissão.

Quase sempre os pecados semanais eram repetidos. Desobediência aos pais era o mais frequente. Repeti-los era constrangedor, afinal era praxe dizer que "de hoje em diante não vou mais pecar". As crianças menos responsáveis até sugeriam inventar uns pecadinhos, mas as mais atentas não se esqueciam de que mentir também é pecado. Os adultos não levavam tão a sério, mas valiam-se do sacramento para fortalecerem-se e tocar a vida.

Por outro lado, os pecados sociais, humanitários corriam soltos, livres de qualquer penitência. Hoje, felizmente a igreja já reconhece-os, interpreta-os e leva-os ao altar, à presença de Deus. Como a perfeição é um eterno desafio, há quem mate, roube esperando o perdão baseado nas omissões sociais, políticas. Fora dos limites da razoabilidade, um erro não justifica o outro. Que encontremos caminhos para reavermos a santidade perdida.

Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes)
Enviado por Maria do Carmo Fraga (Mariana Mendes) em 14/07/2020
Reeditado em 16/07/2020
Código do texto: T7005638
Classificação de conteúdo: seguro