Amor: (ir)racionalidade e seus impasses
Um sentimento cheio de significados. Misto de carinho, atenção e cumplicidade. Motivação maior: a reciprocidade. Um amor correspondido melhora nossa autoestima. A busca pela felicidade se dá de maneira natural, faz sentido buscá-la.
Quantos amores um ser humano vive? Em gênero, número e grau, realizar essa conta é algo natural? Aos olhos da sociedade, sim. E se você ousar amar mais que uma pessoa ao mesmo tempo? Profanidade! Mau caratismo! Cafajestagem!
Definitivamente tudo que tentam remeter à liberdade não levando em consideração o exposto acima, nada tem a ver com ela. Que mal há em amar?
Se amor é fator primordial para alcançar a felicidade, essa é apenas mais uma tese que comprova o quanto utópica é esta busca. Podemos até considerar o amor próprio. Mas e quando este depende do outro? Há quem se ama e deseja estar sozinho. A solidão lhe cai bem. Outros buscam a completude no amor compartilhado. Cada qual com sua opção, não cabe aqui julgamento.
Abrir os olhos para o amor correspondido é necessário. Seja o primeiro, o quinto ou o vigésimo. Seja ele em consonância com outro. Amor é liberdade. Essa liberdade só pode ser vivida quando os indivíduos – respeitando a individualidade um do outro – a entendem da mesma forma. Nesta questão, a discordância pode abrir caminho para a desilusão. A amargura de ver o sentimento correspondido calcado na incompreensão da complexidade da situação.
Cessa aqui a busca pela felicidade. O fechamento para tal questão dói, talvez até seja necessário, mas no princípio desta conclusão, não faz sentido. A busca pelo sentido esbarra na irracionalidade do desejo abortado.