Paty do Alferes - Vale do Café
Vim, vi e vivo até hoje um romance recheado de paixão e aventuras a base de História, Cultura e Café. Quando subi essa serra pela primeira vez com destino a terra de Joaquim Osório Duque Estrada, autor da letra do Hino Nacional Brasileiro - Paty do Alferes, apesar dos mais de 44 anos passados, me vem na memória como se fosse hoje.
Sentado em uma poltrona na janela do ônibus, que vencia aquela serra devagar como se quisesse me dá a oportunidade de curtir lentamente uma paisagem já mais vista pelos meus olhos, deslumbrado e ao mesmo tempo temeroso.
Enfim, chegamos a Paty do Alferes, fui recebido e acomodado como se daqui fosse por isso digo até hoje, que o melhor dessa terra é seu povo. Fui vivendo cada dia e me sentindo parte desse todo, então, me espalhei e conhecendo cada cantinho de Paty, sua história e seu povo. O filho do caçador de esmeraldas, a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Serra Acima da Roça de Paty do Alferes, do Cavalo Mangalarga, da Fazenda Freguesia hoje Aldeia de Arcozelo, do líder negro Manoel Congo e Mariana Criola, do Barão, da Cana de Açúcar, do Café, hotel do Capitão hoje Arcozelo Palace Hotel, Fazenda Pau Grande, Fazenda Monte Alegre, Fazenda Cachoeira que produz a Cachaça do mesmo nome, Fazenda Santa Tereza em Arcozelo, Fazenda Manga-larga com suas Cachoeiras local de lazer dos jovens nas décadas de 70 e 80, dos bailes no Campestre Clube, do Forró do Didi em Arcozelo, do futebol com o Quinado no Pedrão onde hoje funciona o Colégio Edmundo Peralta, do Churrasquinho do Jorge na Feira, do Leite e do ouro vermelho Tomate. Na Rua Vicente de Freitas, comecei a trabalhar na loja do Zé Rolão como técnico de Televisão. Com o amigo José Luis Quimente na garupa de sua Lambreta íamos a Avelar onde eu possuía um Cinema. O bar da ponte do Chiquinho Coimbra ponto de encontro da galera. Das serestas no casarão embaladas pelo Tunim Mourão e o Pingo de Ouro. As sessões de Bang Bang no Cine Carvalho nos finais de semana. Da quermesse no pátio da Igreja Matriz. Você que viveu essa época, também tem muitas histórias pra contar, sem saudosismo apenas para recordar, já a geração de hoje escreve sua história de maneira diferente vivida na mesma região!
Voltaire Varão