Resposta e defesa
Não sei se o diagnóstico confere, mas Sua Excrescência diz estar com covid. Eu tive pena do Corona, sim. Até postei uma frase carregada de sarcasmo (ou "ponto de vista sórdido") em que digo "Coitado do Corona. O presidente pegou ele."
Sei que fui uma menina má, mas não cheguei nem perto do líder do país que virou as costas para a pandemia, disse não ser coveiro e lançou nos ares um "E daí?" para um número brutal de óbitos, consequentes da covid-19, pouco se importando com a dor daqueles que perderam seus entes queridos.
No meu íntimo, no fundo da minha espiritualidade, não desejo a morte de ninguém. A um genocida, então… desejo a vida para que ele tenha condições de crescer como ser humano e conheça o seu papel no mundo, mesmo sabendo da impossibilidade de um milagre tão indulgente como esse.
Eu sempre digo que me preocupa muito os apoiadores desse desbocado, envolvido em transações suspeitas, que diz querer armar a população. Não consigo entender como pode alguém apoiar isso. Um desses, provavelmente apoiador do pandemônio, ficou tão ressentido e indignado com minha frase, que chegou a afirmar que a sordidez deve permear a minha alma. Um cara que nunca me viu, não sabe como nem onde eu piso; um pretensioso que se acha no poder de conhecer uma alma em uma única frase.
Nem eu mesma conheço essa energia que me impulsiona. Sou grata a ela pela teimosia e insistência em me conceder o sopro permanente que me mantém neste plano, até o dia de hoje, apesar do quadro social desumano. Nem sempre sou virtuosa, com certeza. Também não sou escritora, mas gosto de escrever. Às vezes, vomito no teclado frases sórdidas, sim, inspirada por canalhas e genocidas que se ocupam de tudo em suas Torres de comando, menos de governar um país. Agora, no entanto, fui instigada por um comentário irresponsável, destilando ódio, de alguém que poderia usar o seu teclado para inúmeros fins ilumináveis, mas preferiu usá-lo para julgar e ofender como é de costume rotineiro nas redes.