O correio da minha cidade

Hoje fui ao centro.

Passando pela praça dos Correios me lembrei da minha infância.

A praça mudou pouco, as árvores antigas continuam lá. São sobreviventes de tantas reformas que já foram feitas naquela praça, mas na praça do correio parece que o tempo parou.

Algumas pessoas reclamam da má iluminação que é aquilo lá a noite, e elas têm razão. Mas durante o dia é bem acolhedora.

No centro da praça, bem em frente ao prédio antigo no qual funciona os Correios há uma gruta com a Imagem de Nossa Senhora. Certa vez, algum prefeito removeu a santa de lá e deu um falatório danado na cidade.

Perto da gruta há também uma pista de skate. Quando eu era criança achava o máximo aquela pista e morria de vontade de patinar lá, mas nós éramos muito pobres e não tínhamos dinheiro nem para comprar um par de patins.

Atrás de onde fica a pista de patins funciona um sebo, fui lá durante a adolescência e juventude trocar alguns livros.

Quando criança me lembro de ir muitas vezes com minha mãe ao correio, na época das cartas. Quantas vezes ela ia enviar cartas para minha vó que vivia no Nordeste. Ainda criança muitas vezes eu também escrevia cartas para ela.

Hoje ao passar por lá me vieram todas essas lembranças.

E em um dos canteiros havia um senhorzinho fazendo palavras cruzadas embaixo de uma daquelas árvores. Olhei para ele e pensei por um momento que gostaria ser como ele é ter toda aquela tranquilidade que só a vida lhe trás.