Odisseia da ilusão e da realidade humana 3°Parte.

3) Ser humano, na realidade da ilusão.

A fantasia é o reino intermediário que se inseriu entre a vida segundo o princípio de prazer e a vida segundo o princípio de realidade.”

Sigmund Freud

"A verdade do mito trabalhado na forja da fantasia arrasta de corpo e alma o ser humano a uma realidade ilusória, desligando da mente sua pura consciência analítica"

DBR

"A dor do 'sentir' no mundo imaginário é moralista e moldadora no mundo do real, sua elaboração é ideológica oculta e afiada"

DBR

O que é destrutivo?

"Quimera" com asas de cera, sobre sol do meio dia?

O sonho, como bolha de sabão que flutua no ar do tangível?

Devaneio inebriante na terra utópica do íntimo do ser humano?

"Utopia" esta, que fere, tortura.

Oferece o banquete na "casa de doce", e banho no "lago de mel"; no intangível sua oferta é de prazer gratuita e sem prejuízo.

Mais sua manifestação no lado oposto do "espelho limpo", machuca, cobra e encarece o "engordamento" de sua "gratuita" luxúria.

A tempestade sempre vem, com o retumbar de trovoadas e relâmpejos, grossas gotas descem incessantemente, como se o próprio sol chorasse depressivo atrás das densas nuvens.

Nuvens cinzentas de raios "agourentos", casa do Arco celeste, o colorido caminho "Místico" da imaginação.

Onde começa e termina o arco íris?

Ou será que no imaginário, está esta escada "fantasística" e atemporal ? Onde o fim é o começo e o começo se torna o fim.

Onde está a porta da saída para os sonhos reais?

Será que, ser humano é se enclausurar num casulo abortivo?

Em um "alvéolo" de putrefação?

"vampirescos" de sonhos, carcomido ou transmutado em pesadelos inertes, em pura resignação?

A areia quente sempre abrasa os pés, o oásis derreteu, a esperança bafeja os Sentimentos fragmentados de momentos que se espalham secamente como folhas ao vento, emoções dúbias que se mistura com areia do tempo, enquanto a expectativa alfineta continuamente.

Esperança e expectativa são irmãs zombeteiras, enquanto uma burla a outra atiça, ambas são cruéis.

Mais elas são "personagens" do mundo da imaginação.

Se arriscar ?

Se abrir ?

Se doar ?

Que possibilidade há, quando as infinitas rotas são invariáveis caminhos clareados por desconfortantes luzes de néon.

Se expandir para se ampliar?

conhecer para se aventurar?

Com o qual saber se expande?

Com qual conhecer se aventura?

Pois Ciência ignóbil é o saber e o conhecer é feito mito no mundo umbrático do irreal.

Quem seria o mentor do caminho certo, dentre tantas rotas medonhas que se clareiam com luzes opacas e falhas?

Quando a única mão que se estende é feita de névoa, e de neblina é feito o único caminho prazeroso que vira na esquina do desconhecido.

fictício para o ser humano, tornar o palpável, em insensível, impalatável e inaudível.

Ser humano, é ser adaptável:

É encarar quando se tem medo.

É recuar quando se tem coragem.

É amparar com aconchego de braços firmes e macios, quando se é amparado com a dor do inevitável

supremo bem desejável, Porém inalcançável.

Ser humano é se arder, com fogo inextinguível, das labaredas de uma fênix que se abrasa ao "sentir".

E se queima ao não "poder"

E se consome entre cinzas ao morrer, na impossibilidade de "ter"

mais retorna e se recompõe no ressurgimento da continuidade do "sentir", e isso se torna um ciclo de existência, no morrer e ressurgir da chama viva do afeto.

"Espelho rachado beleza divide"

Olhar para o espelho trincado, é enxergar a realidade de um "peito talhado", onde esconde a rosa vermelha, que jaz com galho quebrado e com espinho manchado, que ainda está úmido; fosco, opaco é a imagem real de gotas rubras que pingam na terra do coração despedaçado , dando vida para pequenas raízes que ramificam e se estendem, se entrelaçam no galho revigorando a bela e ferida rosa.

Vozes de "miscelânea " gutural, ou Articulações sussurrantes e melodiosas da ardilosa sedução ou a voz do silêncio ensurdecedora.

O que espanta o espanto?

E o barulho oco de uma voz estridente?

Vozes, quantas vozes, indecifráveis vozes, da prudência e do intuito, do sentir do desejar, onde está a voz amiga ?

Vozes invasoras, racionais, melosas, sentimentais, sedutoras como bando de corvos que sobrevoam a cabeça, prontos para bicar globos oculares.

Será que o cântico da sereia por fim é a voz que direciona?

O sentimento movimenta ebriamente no balançar da intuição, por que não deixá-lo a mercê de suas mãos?

Na esquina desconhecida tem a expectativa, no confiar de mãos esvoaçante do intuito; este tem "visão" e sim haverá uma arco íris pra seguir, esta voz cintilante e quase imperceptível tem noção, mais do que a razão ignóbil que a despreza.

Ser humano, um ser infantil que cresceu e se envelheceu, manipulado como um fantoche pelas vozes combatentes do ser interior.

Ser humano é "infantilizar" quando se amadurece para as possibilidades que surgem após a todas as esquinas dos desertos sem oásis, das tempestades sem o sol acompanhante , sempre encontrará o arco íris pra seguir quando ao estender a mão, como uma criança para o pai, é deixar que a voz intuitiva o guie cintilantemente para o caminho das possibilidades intangíveis porém "reais".

continua...

Douglas Braz R.53