Vida (ir)real (20.06.2017)
É triste ver crianças e jovens nessa situação.
Videogames, internet, celulares modernos, tablets, fones de ouvido, jogos violentos... A lista, você já deve saber, é imensa e acho também que já sabe sobre o que vou falar, né?
Como escrevi no começo, acho triste. É triste ver um jovem dependente, mas não é às drogas que me refiro, mas à tecnologia. É triste saber que há muitos por aí que passam horas a fio na frente de uma tela com um jogo e esquecem do mundo lá fora; esquecem de como é bom sentir o sol na pele a bronzear, ou o frio que nos faz agasalhar, ou de como é bom e lindo sair com os amigos e com a família, seja para o shopping ou qualquer outro lugar que seja...
E tudo por quê? Por causa de um jogo que, muitas vezes, é online e, se for esquecido naquele momento, não fará o jogador ganhar aquela quantidade "x" de pontos ou o que quer que seja “mais importante” do que as outras pessoas ou lugares...
Me dói, sabe?, ver essas crianças, adolescentes e jovens trocando uma das melhores fases de suas vidas por um mundo que sequer existe e que não pode ser desfrutado com outros sentidos além da visão e da audição...
E o que vem para piorar mais ainda é o fato de que esse “jogador” se torna uma pessoa reclusa, facilmente irritável e, com isso, afeta todos ao seu redor com seu pavio encurtado pela rotina de combate ao batalhão adversário, conquista de determinado território e exercício abusivo dos polegares das mãos.
É triste, repito (repito e repito).
Outra coisa que me deixa pra baixo é o mimo, a mania de mimar e a falta de percepção do estrago que está sendo feito. Não estou dizendo que as crianças não devam ganhar presentes ou que os pais não devam dá-los a seus filhos, não é isso!
Só quero dizer que esse mimo tem de ser medido, assim como tudo que conhecemos, pois assim não iríamos ter jovens aprisionados a uma coisa que sequer tem vida própria ou que é indomável.
Às vezes, basta desplugar a tomada da parede e ser firme... Porém, isso poderá causar uma explosão indesejável no “jogador” e é disso que muitos têm medo (infelizmente).
Sei que há pessoas que gostam de jogos assim e que nem por isso se tornam viciadas ou só vivem para isso de um jeito que prejudica (porque sabemos que há pessoas que trabalham com isso). Não estou falando desse grupo específico e no qual eu mesma me incluo também.
Estou falando de quem não leva isso para a frente e deixa que o vício tome conta.
Paulia Barreto