Na obra "A tempestade" de Shakespeare há uma frase impactante: "Somos feitos da matéria dos sonhos; nossa vida pequenina é cercada pelo sono". O bardo caprichou, pois em suas peças onde havia ninfas, elfos e magos. De fato, o amor é um marco eterno e dominante. Por outro lado, a falta de amor é uma chaga cancerosa. Precisamos urgentemente achar algum sentido para vida, posto que seja breve. Existem horas, que é possível acreditar que o inferno está vazio, desértico até... pois todos os demônios estão aqui. É o ruidoso vizinho, é o parente inconveniente e, ainda, é a hidra que tem sua cabeça decepada e, em seguida, nasce outra abruptamente. É o isolamento social pela quarentena que superdimensiona coisas comezinhas que antes eram imperceptíveis, mas que se agigantam, pois invadem nossa privacidade e roubam nossa paz. De repente, o espaço nos oprime. E, se sabemos o que somos, porém, nunca saberemos, o que poderemos ser. Principalmente quando nossos limites desafiam a civilidade e a tolerância. Num exercício budista contemplo as nuvens, mas apesar da metereologia, nem toda nuvem gera tempestade. Talvez, a ira ou ironia resvala numa conversa ligeira e nos trai inexoravelmente. Passo o enfadonho momento, dedicando-me a estudar...E, me arremesso num mar de livros e escrituras digeridas como um ruminante a contemplar imenso deserto. Torna palatável o extenso horizonte e a luz solidária a nos mostrar coisas e sombras. Como se fossem os paradoxos ínsitos entre essas e aquelas.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/07/2020
Código do texto: T6998801
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.