Iniciativa
Lembrei de uma pergunta, escrita num muro: "Você já fez uma boa ação hoje"? - a pergunta. “Se não, faça, pois o mundo está precisando”, o complemento.
Isso me ficou na mente. Resolvi fazer (uma boa ação). Pouco mais do meio-dia fui a uma feira livre. Comprei uma "quentinha". A trouxe, dei a um morador de rua.
Dias desses a TV mostrou que aumentou a extrema pobreza no Brasil. É quando o cidadão tem de sobreviver com, se não me engano, 2 dólares/dia.
Somos a sétima economia global - não parece.
Conheci o mendigo ao passar pela lateral de uma conhecida loja (de uma rede nacional). Ele fica lá, na calçada, o dia todo. Chova, faça sol, faça frio. Há outros na mesma situação.
Fui, então, à feira livre, comprei o alimento – frango assado, arroz, feijão, macarrão, farinha. Trouxe.
----- Boa tarde amigo – disse a ele. Me olhou, sorriu.
----- Olha, te trouxe o almoço.
Dei a ele.
----- Deus te abençoe, amigo! Me agradeceu.
---- Aguarde um pouco, vou ali comprar dois copinhos com água mineral.
Comprei a água e lhe dei. Estava sozinho aquele cidadão. Um cidadão entregue à própria sorte.
Sol forte, calor. Queria conversar mais um pouco com ele. Saber do porquê de ele ter ficado naquela situação.
Mas não o fiz, nada perguntei. Senti alguma coisa no coração, na alma, não sei bem o quê.
----- Você tem colher?
Ele: ----- Não, mas dou um jeito. Não se preocupe. Muito obrigado, ele me agradeceu
Fui embora, sob forte sol.
Fiz a boa ação, uma ação extremamente diminuta, pequenina. Bem, se todos fizessem um pouquinho, o bolo incharia. Por favor, não pensem que escrevi esta crônica para aparecer, posar de bonzinho.
Nada disso. Foi tão somente para dar vida à pergunta: Você já fez uma boa ação hoje?