Precisão (22.10.2019)
Quando saia para entrar no carro e seguir para a faculdade, vi um passarinho (acho que era uma rolinha) pousar no topo do portão de grade branco, olhar para dentro da garagem e depois se virar e sair voando.
Depois, já na faculdade, carregando aquelas três caixas e mais a mochila em que estavam o notebook e os primeiros livros da mudança, senti novamente aquela sensação de ontem quando os coloquei na bolsa pra trazer e levar pra NOSSA CASA.
Uma sensação de esperança não eufórica, mas uma que começa a aparecer de forma acanhada pelo medo de ser novamente obrigada a se esconder, já que isso aconteceu várias e várias vezes antes. Mas Ela sempre esteve aqui, mesmo quando ainda não tinha nem forma nem nome.
Minha esperança aguarda ansiosamente, porém quieta, pelo momento em que realmente poderá deixar de se esconder nas sombras que foram colocadas em mim durante anos e poderá vir à tona, luzindo fortemente para me fazer chorar. Um choro que dessa vez não de tristeza, mas de alívio e algo mais que isso!
Me fazer chorar de uma felicidade que, no momento, só tenho encontrado de pouco em pouco.
Paulia Barreto