Prazeres grátis
1. Precisei ir ao banco. Botei minha máscara e me mandei. Por imposição da Covid 19, fazia quatro meses que não colocava meu pé fora de casa.
Confesso que, com medo, por alguns instantes, hesitei em pegar o elevador. Mas descer cinco andares, na dava. Venci o medo, entrei no elevador, e desci tranquilamente.
2. No banco, enfrentei uma filazinha. Nada que preocupasse. Cada cliente cuidava de si. Com calma, tirei meu saldo e saquei alguns trocados. Com o dinheiro enrolado num papel toalha, voltei imediatamente para casa. Senti saudades da rua na hora em que, cheio de apreenções, fechei a porta do meu apartamento.
3. Retornando ao confinamento, voltei ao meu dia a dia, sempre na companhia dos meus escritores e poetas prediletos. Como disse em outras crônicas, nesses tempos de prisão domiciliar tenho me reencontrado com livros que há muito não os via. Uma delícia.
4. Hoje, foi o dia de reler, como muita calma, um pouco da obra do escritor norte-americano Allan Percy.
Tenho dele os seguintes livros: "Oscar Wilde para inquietos"; "Kafka para os sobrecarregados"; "Nietzsche para estressados"; "Shakespeare para para os apaixonados"; "Hermann Hesse para os desorientados" e "Tudo é possível". Interessantíssimos, todos.
5. Escolhi "Oscar Wilde para inquietos" para me ajudar na minha crônica de hoje. Podia ter optado por "Nietzsche para estressados", se levasse em conta o momento estressante que atravessamos. Procurei, porém, uma leitura mais leve e a encontrei nas páginas de Oscar Wilde (1854-1900)
6. E foi uma das páginas do autor de "O Retrato de Dorian Gray" que me chamou a atenção. A partir de um pensamento de Oscar Wilde, Percy lembra que "Os prezeres mais intensos que a vida nos proporciona são grátis ou exigem muito pouco dinheiro". E cita alguns desses prazeres.
7. Transcrevo-os. *Ouvir música; *Dar flores a quem não as espera; *Ver o pôr do sol, *Dançar pela casa; *Ler um romance que não conseguimos largar; *Preparar um prato diferente; *Visitar um amigo de surpresa; *Tomar banho de mar à luz da lua; *Cuidar de um bebê; *Estrear uma roupa íntima; *Conversar com o vizinho; *Escutar o ruído das plantas depois de regá-las; *Mergulhar numa piscina em um dia de muito calor; *Acariciar um gato e ouvi-lo ronronar; *COMEMORAR O DIA DE HOJE.
8. Vê, o meu caro leitor, que não é tão difícil escolher um desses prazeres para tecer, em torno dele, um comentário mais aprofundado. O certo é que todos são absolutamente verdadeiros. E, de fato, fáceis de serem alcançados, até pelos menos apatacados.
9. Mas tive que eleger um dos prazeres citados por Allen Percy e, sobre ele, tecer, ainda que rápido e despretencioso comentário. Sabendo, que, só por acaso, coincidirá com o que será escolhido por quaisquer dos meus pacientes leitores.
10. Para mim, um dos prazeres mais fortes que a vida me proporciona é poder, a cada crepúsculo, "comemorar o dia de hoje", de olho nas opções oferecidas pelo autor de "Oscar Wilde para inquietos".
11. E é com ele que encerro meu blá blá blá dessa tarde-noite de verão. Disse Allan Percy: "Devemos aproveitar o presente sem pensar no futuro, já que só podemos experiementar a felicidade no agora".
É o que tenho procurado fazer, "desde a primeira claridade do novo dia até às últimas sombras da noite", usando aqui essa bela frase de Josué Montello.
1. Precisei ir ao banco. Botei minha máscara e me mandei. Por imposição da Covid 19, fazia quatro meses que não colocava meu pé fora de casa.
Confesso que, com medo, por alguns instantes, hesitei em pegar o elevador. Mas descer cinco andares, na dava. Venci o medo, entrei no elevador, e desci tranquilamente.
2. No banco, enfrentei uma filazinha. Nada que preocupasse. Cada cliente cuidava de si. Com calma, tirei meu saldo e saquei alguns trocados. Com o dinheiro enrolado num papel toalha, voltei imediatamente para casa. Senti saudades da rua na hora em que, cheio de apreenções, fechei a porta do meu apartamento.
3. Retornando ao confinamento, voltei ao meu dia a dia, sempre na companhia dos meus escritores e poetas prediletos. Como disse em outras crônicas, nesses tempos de prisão domiciliar tenho me reencontrado com livros que há muito não os via. Uma delícia.
4. Hoje, foi o dia de reler, como muita calma, um pouco da obra do escritor norte-americano Allan Percy.
Tenho dele os seguintes livros: "Oscar Wilde para inquietos"; "Kafka para os sobrecarregados"; "Nietzsche para estressados"; "Shakespeare para para os apaixonados"; "Hermann Hesse para os desorientados" e "Tudo é possível". Interessantíssimos, todos.
5. Escolhi "Oscar Wilde para inquietos" para me ajudar na minha crônica de hoje. Podia ter optado por "Nietzsche para estressados", se levasse em conta o momento estressante que atravessamos. Procurei, porém, uma leitura mais leve e a encontrei nas páginas de Oscar Wilde (1854-1900)
6. E foi uma das páginas do autor de "O Retrato de Dorian Gray" que me chamou a atenção. A partir de um pensamento de Oscar Wilde, Percy lembra que "Os prezeres mais intensos que a vida nos proporciona são grátis ou exigem muito pouco dinheiro". E cita alguns desses prazeres.
7. Transcrevo-os. *Ouvir música; *Dar flores a quem não as espera; *Ver o pôr do sol, *Dançar pela casa; *Ler um romance que não conseguimos largar; *Preparar um prato diferente; *Visitar um amigo de surpresa; *Tomar banho de mar à luz da lua; *Cuidar de um bebê; *Estrear uma roupa íntima; *Conversar com o vizinho; *Escutar o ruído das plantas depois de regá-las; *Mergulhar numa piscina em um dia de muito calor; *Acariciar um gato e ouvi-lo ronronar; *COMEMORAR O DIA DE HOJE.
8. Vê, o meu caro leitor, que não é tão difícil escolher um desses prazeres para tecer, em torno dele, um comentário mais aprofundado. O certo é que todos são absolutamente verdadeiros. E, de fato, fáceis de serem alcançados, até pelos menos apatacados.
9. Mas tive que eleger um dos prazeres citados por Allen Percy e, sobre ele, tecer, ainda que rápido e despretencioso comentário. Sabendo, que, só por acaso, coincidirá com o que será escolhido por quaisquer dos meus pacientes leitores.
10. Para mim, um dos prazeres mais fortes que a vida me proporciona é poder, a cada crepúsculo, "comemorar o dia de hoje", de olho nas opções oferecidas pelo autor de "Oscar Wilde para inquietos".
11. E é com ele que encerro meu blá blá blá dessa tarde-noite de verão. Disse Allan Percy: "Devemos aproveitar o presente sem pensar no futuro, já que só podemos experiementar a felicidade no agora".
É o que tenho procurado fazer, "desde a primeira claridade do novo dia até às últimas sombras da noite", usando aqui essa bela frase de Josué Montello.