Amor é borboleta
Amor é borboleta
O amor é delicado como asas de borboletas.
Um vento forte demais esgarça a trama e a sutileza de suas cores.
O amor é sensível tal como as antenas da borboleta que percebe afrontas e rumores de morte, e em qualquer terreno impróprio, desmaia e se esvai.
O amor é uma borboleta frágil e indefesa. Ferida em lugar inóspito, moribunda, anseia a mão que a salve, o coração bondoso que acolha, o jardim que lhe sare das agruras vividas.
O amor nasce e morre todo dia, feito a pequena borboleta machucada, com asas dilaceradas, olhos inertes, cores desbotadas...
O amor morre na dor da inospitalidade, mas renasce em um outro jardim, numa outra flor, noutras mãos e no coração de quem sabe quanto é terno o amor,
Leve e raro, como asas de borboletas em dia azul claro.
O amor é uma borboleta, dengosa,
E há de se ter por ele, imenso cuidado
Para que renasça sempre em lugar apropriado.