Crianças guardam marcas e mágoas
Muitos adultos pensam que criança não liga pra nada. Muitos acham que mágoa de criança dura o tempo do choro, ou menos.
No entanto, as crianças podem não guardar mágoas, mas tem sentimentos e guardam marcas.
Existem muitos adultos que carregam marcas deixadas por aqueles que deveriam tê-los protegido quando crianças, mas por ignorância ou crueldade não o fizeram.
Os pais são, em mutos casos, os primeiros a marcarem seus filhos, quando fazem comparações entre irmãos mostrando sempre o lado ruim de um e o lado bom do outro; quando demonstram favoritismo entre irmãos, levando um dos filhos à desvio de personalidade pela busca inatingível de agradar esses tipo de pais, como frustração e/ou ressentimento ou inveja para com o preferido.
Qualquer adulto que enumera defeito de uma criança está sendo cruel, especialmente quando se trata de atributos físicos: o menino é perna de graveto, cabeção, ou a menina é nariz que o boi pisou, cabelo de Maria Dendê, olho disso ou daquilo, boquinha ou bocão, e tantas outras ofensas que dizem em suposto tom de brincadeira ou em momentos de impaciência. Ou quando ouvem alguém dizer e não defendem a criança.
Por outro lado, pais ou responsáveis que demonstram claro favoritismo entre irmãos e/ou fazem comparações enaltecendo as qualidades de um e defeituando o outro, contribuem para o desvio de personalidade quando um tende a se tornar arrogante e insensível pelo excesso de proteção, ao passo que outro pode se tornar ressentimento, frustrado ou vingativo.
Como alguns resultados, surgem adultos que, embora repletos de boas ideias, são introvertidos e não se expõem por ouvir quando crianças que só falavam besteira. Tem ainda aquela pessoa que vive em busca de um padrão de perfeição porque querem "consertar" seus defeitos físicos.
Baixa auto-estima, insegurança, sentimento de busca inatingível, que resulta em sensação de vazio, ou insensibilidade diante da dor alheia, entre tantas outras marcas, são muitas vezes consequências da forma como foram tratadas na infância.
Toda criança deve ser respeitada, não apenas pelo seu grau de maturidade, mas principalmente por que são seres humanos, dotados de sentimentos e que como todos os demais têm memórias, por vezes mal compreendidas, mas nem por isso despercebidas.