ARRAIAL DA FRONTEIRA

Cidade - fazenda

Pequenas povoações adjacentes de uma ou duas ruas se formavam na divisa do Brasil (1880) com outros países. Não passavam de 30 casas pouco distantes umas das outras preferindo de serem chamadas 'arraiais'. Gente camponesa dedicadas ao trabalho do arado. Juntavam alguma provisão capaz de suportar os períodos de inverno rigoroso no sul.

As famílias obviamente se conheciam ou levavam algum tempo para tomarem intimidade com os 'vizinhos de parede'. Gozavam de vida mansa sem imposições do governo da província. Não eram desobrigados de prestarem contas ao poder público. Taperas com porta única servidas por quintais. Usavam tapumes para cobrirem a cerca aleijada donde esparziam sementes que haveriam de brotar e do broto se colheria frutos ou flores conforme gosto do habitante. Viviam da caça e da pesca. Mulheres recém - paridas se isolavam em casa enquanto os trabalhos domesticos eram desenvolvidos por alguém próximo. De quando em vez um soldado da tropa designado pela milícia local 'farejava' algum ocorrido por aquelas bandas. No mais.. Harmonia reinante. Os também vilarejos dispunham de pequenos armazéns ou 'vendinhas' além das 'casas de carnes' (açougue hoje) mantido por um vendedor tido como 'caixeiro'. Serviço médico apenas na cidade ou doutor particular de visita no lar. Tal mister custava uma boa grana. Não mais que 20 contos de réis.

Os antigos arraiais com tempo foram se 'despedaçando' devido a sua boa gente migrar para outros lugares adiantados. Passam de ser colônias habitadas não menos importantes que outras 'sedes maiores' porém carecendo de atenção por parte do senhorio. A fome - companheira indesejada - sempre perseguiu os desafortunados de sorte e fortuna. Por tudo quanto há de belo e perfeito na geografia verficamos a presença amiga dessas 'cidadizinhas' nos muitos recônditos de terras no Brasil.

Thiago Valeriano Braga

Thi Braga
Enviado por Thi Braga em 04/07/2020
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