O guarda-roupa dos sentimentos
Todo ano, o guarda-roupa dos sentimentos deve ser arrumado; tirar o que não cabe no coração, é sinal de renovação. Ao abrir as portas do ressentimento, não deixe o cabide do rancor pendurado, pois a traça da mágoa corrói a alma. A naftalina do orgulho cheira a infelicidade e guardá-la atrai a solidão.
Puxe as gavetas da recordação e tire a poeira dos momentos de felicidade; em nome desse tempo de paz, borrife um pouco de bom senso e passe a flanela do perdão.Tire o mofo do silêncio, umedeça as palavras de vinagre e seque ao sol do esquecimento.
Mas antes de arrumar as roupas do recomeço, se desfaça dos excessos, não doe o que foi rasgado, remende o que tem jeito, jogue fora o que está perdido, e só guarde, o que o corpo suportar.