NOSSA PRIMEIRA QUARENTENA...

Em 1976, vivemos nossa primeira “Quarentena”, porque ficamos sem:
Nossa casa com quintal, nosso carro, nosso cão “Spock”, um  Pastor Alemão, a Escola Montessoriana que meus dois filhos menores estudavam.  Enfim, estávamos recomeçando do zero nossa vida familiar.  Neste momento só eu estava trabalhando,  mas tínhamos saúde,  quatro filhos, de seis a doze anos de idade e muita fé na Providência Divina.
E procurando uma nova casa, foi nos apresentada, não somente uma casa, mas uma rua:                                            a rua Padre Roma, no Lins de Vasconcelos.  Uma rua mágica, plena de vida,  a ser cultivada com amor e alegria!
E acreditem, junto com ela, foi nos dado, também,  gente,  muita gente!  E gente é muito bom!  Foram muitas crianças, adolescentes, jovens e suas famílias.
E aconteceu, então, nesta rua, que passou a ser nossa, porque nós a assumimos, o inimaginável e o inesperado:
O Futebol de rua; o Voleibol de rua; o Teatrinho Nosso Quintal, cujo quintal não era nosso, e que depois foi para a Igreja São Tiago a pedido do Pároco, Padre José Roberto Develard, cujos ensaios de peças de Maria Clara Machado, Zuleica Melo, Dom Marcos Barbosa e outros,  duravam 3 meses, com apresentação no Natal, Páscoa, Primavera, dia das Mães, e outros.  Este teatrinho existe até hoje, através dos meus trabalhos voluntários e comunitários;                  As festas Juninas eram animadas, porque nossa rua tinha até um baloeiro famoso, o Sr Bené, pai de Rita, Mônica e Zé; Acontecia a dança da quadrilha, barraquinhas e casamento encenado;                                                                            As festas de Natal com Papai Noel, nosso Vô Ducy, distribuindo presentes para todos, mais o Auto de Natal da família, encenado sem ensaio algum e que, com certeza ficou na memória de todos.                                                            Não posso esquecer do Sr. Murilo, um líder que reunia a garotada na porta da sua casa e conversavam muito ;              Os cachorros apareciam na nossa porta e ficavam, porque o portão estava sempre aberto.  Ele não tinha chave.  Seus nomes: Pic. aparecido e o mais famoso, com muitas histórias,  Kika, também aparecida, uma Pequenez, Bolinha, filha da Kika, e foi a que viveu mais tempo, e a Nossa que era filha da Bolinha .  Este nome foi porque na hora de dar a ninhada, dizíamos: essa é a nossa.  E assim ela foi batizada com este nome diferente.                                                                  As crianças, durante as brincadeiras, entravam na nossa casa para beber água. Cada uma tinha seu copo com nome, numa bandeja na cozinha.                                                    Esta rua era um Clube aberto, tudo de graça e abençoado pelo Deus da Vida!
Enfim, as perdas foram superadas,  com experiências novas de relacionamentos sadios com todos da rua, sem distinção. E este aprendizado de novos valores. durou 10 anos.  E as crianças cresceram e  descobriram  como é fácil ser feliz!     Gratidão a Deus e a todos vocês que participaram deste momento lindo, que eu chamo “Momento de Eterno” !  
E peço a Deus que esta “NOVA QUERENTENA”  que atingiu  todo o Planeta Terra, neste ano de 2020, seja, também,  um momento de aprendizado e novas descobertas de vida,   para toda gente ser mais FELIZ!
                                                                                                                                                               Em, 3/julho/2020
 
Terezinha Domingues
Enviado por Terezinha Domingues em 03/07/2020
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