Toda nudez é inocente
Mais um corpo preso a solidão
O meu chão era o que sobrou dela. Tanto a vela quanto a mãe da primavera. Vagando pelo asfalto ao som de vibrações eu estava tão cansado que não me ligava ao chão. Ao que sobrou dela, sem formato e em um único grão foi todo o meu corpo ganhando uma imensidão despida de termos e disposta a celebrar o enterro dos vermes.
O meu quarto era pequeno para o meu corpo cheio de venenos que já experimentou dormir ao relento ao som e espera de um novo tempo. Mas o agora se perdeu em um único momento e por todo o quarto espalhou ao meu corpo um tempero para voltar do final da história para o nascimento.
Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada. Foi o que ouvi em uma música que fez surgir um novo pensamento e deu armamento para um antigo elemento. O fogo se fez surgir em meio ao relento, o que sob a luz do Sol não mantém mais nenhum batimento.
Só não esqueça de passar por onde estou e de cantar quem me encantou. Da memória do verde até a esperança de saber que o mal manteve em segredo, o que para outros era normal. Sem culpa de causar algo pior eu mantenho o que na luz do dia se desfez sem nenhuma companhia.
Grudado na parede meu corpo rugia. Com os pés levantados e com o rosto totalmente virado, ficava ali a explícita cena de nenhum pecado. Pois em toda nudez está nítido nela o bem e o sinal de desarmamento do refém.