VAIDADE. POBREZA INTERIOR.

Michelangelo ao terminar seu Moisés que encanta na Igreja de San Pietro In Vinculi, Roma, desejou que ele se levantasse e andasse. Bateu com o cinzel em seu joelho. Era vaidade? Não, via a escultura tão viva que pretendeu sua humanização. Um gesto de sadia loucura comum aos gênios, não sabia o que era vaidade, já consagrado unanimemente.

Vaidade é adjetivo pesado,pois indica insuficiência, o insuficiente é veladamente vaidoso, é sempre um vencido, acanhado em vitórias e espalhafatoso em condutas, e por vezes se diminui para terceiros negarem a insuficiência que grita e aflora pelos poros. Mas precisam de elogio, silenciosamente ou não trabalham por ele.

Mas ninguém é insuficiente por querer, é condição, as vezes até poderia superar essa condição, mas faltaram coragem e determinação.Relevar é obrigação de todos, pois não fazem mal a ninguém. Habitam como normal, a desigualação dos iguais. Somos iguais como pessoas e desiguais em genética

Pessoas centradas além de não serem vaidosas, disso desnecessitam por não incorporarem graves limitações, e por isso vencedoras, são apontadas e elogiadas por seus méritos autenticados pela vida.

Se envaidecer de ter prestado um grande serviço à humanidade, como fizeram os inspiradores do maior bem do homem, entregando suas vidas em prol da liberdade, só para citar alguns, Mandela, Luther King, Gandhi, Rousseau, seria aceitável. Nunca, porém, o fizeram. Sabiam a exata medida de suas missões, e para isso vieram ao mundo, com suas superiores inteligências, e se nem tempo tinham para refletir sobre esse sentimento inferior, por serem inteligentes maximamente, muito menos para se dizerem vaidosos ou simplesmente terem vaidade por serem o que foram ou fazerem mudanças fundamentais como fizeram.

Desafio a quem conhece a obra desses vultos, encontrar uma só frase desses monumentos do pensamento humano onde se dissessem vaidosos do que faziam ou considerarem esse caciquismo dos anões da inteligência. Só os insuficientes são vaidosos confessos, e embora falem de suas insuficiências, não as admitem, fingem serem humildes, mas são popularmente conhecidos como aqueles que erram mais de uma vez, e insistem no erro. E como os há.É fácil ver na mídia pretensos “seres” superiores deixando confessas suas vaidades.

Grandes ou medianos cérebros, muitos desses desconhecidos e que transitam entre nós, não pensam no que produzem em quaisquer termos para si, mas para a ordem geral que comanda os destinos da humanidade. Não têm tempo em suas consciências para entregarem ao seus egos tais pobrezas de espírito, não estão disponíveis para inferioridades, antes preenchem o tempo com suas inteligências em favorecimento da humanidade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 01/07/2020
Reeditado em 02/07/2020
Código do texto: T6993584
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