MIIIIITO!

Mito? Não! ele é só um homem, nada além disso. Mas falta-lhe algo: humanidade. A mais importante conquista do mundo moderno. Não é Deus, pátria ou família que podem impedir a "banalizão do mal". É esse sentimento frágil e difuso, construido artificialmente pelo que se quis chamar de "civilização", de que todos indiscriminadamente compartilham algo em comum: o fato de serem todos humanos! O humanismo. Não precisamos mais de mitos que se divertem do alto do Olimpo enquanto nos destruímos uns aos outros no exercício de nossa vã tentativa de enfrentar essas desumanizadoras objetivacões do eu: os mitos. É triste admitir, mas, conforme Feurbach, onde e quando "Deus [ou deuses] se fortalece o homem se enfraquece". E a nossa maior fraqueza não é a morte, mas o poder que temos de também matar. Não é por acaso que foi preciso decretar a vida de "todos" como "inalienável" no artigo terceiro da Declaracão Universal dos Direitos do Homem, justamente logo após uma das maiores carnificinas promovidas por "homens" tidos por "mitos". Quando precisamos lembrar o óbvio é sinal de que estamos destruindo o que é mais elementar.