Les Amants

PENSO que minhas maltraçadas já estão virando um papo qualquer coisa de chato. Se já era medíocre antes, neste "Retiro" dei uma piorada. Mas, como já disse ene vezes, sou viciado em escrever. Sim, a escrita para mim é um vício. Agora estou na fase de recordar o passado. Não tendo outro assunto, a não ser ficar só falando das maluquices do governo,da covardia da sociedade, da falta de atitude da esquerda e, claro, dos malefícios da pandemia do coronavírus... Estou preferindo falar sobre o passado, mas sei que voltarei ao pressente.

Bom, estava me lembrando do frenesi, frisson, excitação dos jovens do início dos anos 60 quando no nosso cine pipoca da terrinha foi exibido o filme francês, com Jeanne Morreau, "Les Amants". Quem tinha seus quase dezoito aninhos ficou doidão para assistí-lo, eu tinha dezesste,e terminaram assistindo, sempre havia um jeitinho de entar nos filmes proibidos para menores de 18 anos. Foi oassuntoda moçada por muito tempo. E um escândalo para os puritanosda época, taxaram o filmede obsceno e os religiosos esculhambaram com quem assistiu.

Esse filme, em preto e branco,contava a história de uma mulher de um jornalista que ficou entediada com a relação o casamento e começa a namorar com um carinha de uma cidade vizinha. É claro que terminam na cama. E há a cena até então considerada fruta braba: o sexo oral, apenas simulado, com Jeanne Marreaux se contorcendo, fazendo gestos, dando a entender, realmente uma cena arretada.Uma cena que hoje se a moçada assistir cai no riso.

Mas nunca esqueci esse filme. Marcou a história da nossa juventude. Foi quando começamos a entender que o corpo é uma festa. Mas nao esqueço a reação dos religiosos. Saudade. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/06/2020
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