Cidadania no Beleléu

GOSTO de dizer o que penso, mesmo que isso desagrade. Vou ser meio rude: às vezes até gosto de ser criticado. O que não aceito é ofensa. Vou tocar num assunto delicado: a banalização da cidadania.

Acho que nenhum vocábulo do dicionário do politicamente correto foi tão repetido quanto CIDADANIA. Foi tão usado, repetido, explorado que se banalizou. Hoje quando se fala em cidadania algumas pessoas começam a rir. A rir de algo sério, a rir de uma das bases da democracia.

Na minha opinião (de véio arengueiro) o ero foi transformar cidadania numa espécie de coqueluche, a usar o termo a três por quatro, inclusive com os políticos fazendo demagogia, prometendo, enlameando o vocábulo e a sua função de vetor da democracia. Mas o erro maior foi não se ter conscientizado o povo do que era (e ainda é) realmente a cidadania. Vamos ser francos: cidadania não são apenas direitos, mas também deveres, não são só bônus, mas também ônus. Acho que ela só funcionaria de verdade se tivessem explicado até por um conceito da contabilidade: a cada crédito corresponde um débito, para adquirir direitos é necessário cumprir deveres.

Como quem nao cumpre deveres pode exigir direitos? Foi por anão conscientizar o povo que a cidadnia foi pro beleléu. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 29/06/2020
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