DIA DE FOLGA.

Folga!

Merecido descanso após uma semana tumultuada de trabalho — não era para ser, mas, acordei cedo — tratei de tomar o meu café rapidamente, eu queria aproveitar o dia ao máximo… Logo, lembrei-me de um compromisso, que eu tinha que levar minha esposa na cidade de Mairinque, na caixa econômica, para resolver pendências concernentes ao auxílio emergencial.

O meu plano Inicial era sair cedo resolver tudo rapidamente e voltar no máximo perto do meio-dia, lego engano. Na verdade, saímos um pouco depois das nove. O dia estava agradável em Sorocaba, o trânsito horrível como sempre, tudo graças à interminável obra da BRT. Seguimos o nosso curso, rodovia raposo Tavares, trânsito tranquilo, chegamos rapidamente à cidade de Mairinque. De cara, sentimos a diferença na temperatura, que foi de agradável para o frio.

O centro de Mairinque estava movimentado, tanto quanto Sorocaba. Lojas abertas, pedestres aos montes indo e vindo despreocupados com as mãos nos bolsos, sacolas e mais sacolas e conversas intermináveis em frente às lojas. Quando chegamos na agência bancária levei um tremendo susto, a fila estava gigantesca, dobrando a esquina, meu pensamento foi único; “Pronto, perdi a folga aqui”. Enquanto a minha esposa engrossou a fila, sentei-me em uma mureta de frente à agência e ao lado de uma lanchonete. Fiquei observando o movimento, tentando me esquivar da muvuca que se formava. Os funcionários do banco organizaram duas filas do lado de fora, a maior delas destinadas às pessoas que fariam saques do auxílio emergencial, a fila menor para aquelas que usariam os serviços do caixa eletrônico, uso obrigatório de máscaras e distanciamento necessário.

Observando o desenrolar das filas, de cada pessoa, idosos, senhoras, jovens, todos pareciam ansiosos e impacientes por demais, não vendo o momento de receber àquilo que talvez fosse o último recurso financeiro. Doeu o meu coração.

Tão maior do que às duas filas juntas foi o número de pessoas que, descuidadamente tentavam adentrar na agência sem ficar em uma das filas, eram imediatamente barradas pelo segurança, davam a mesma desculpa; “Vou só tirar uma dúvida rapidinho com o gerente moço, não demoro, prometo”. De repente, voltavam elas de cara emburrada para o final da fila.

Àquilo que imaginei que seria um suplício, uma eternidade, na verdade, foi até rápido. Depois de resolvido a pendência passamos no mercado para comprar alguma coisa para enganar o estômago, pois já passava da hora do almoço, voltamos um pouco depois do meio-dia, cheguei em casa com tempo de aproveitar o restante da minha curtíssima folga, ainda arranjei tempo de cortar o cabelo.

Folga, segunda-feira, eufórica.

Dia esse que em outros tempos era tão odioso e indigesto por mim, tornou-se nesses novos tempos, muitíssimo desejado e maravilhoso. Muitos a odeiam por ser o primeiro dia de trabalho, no meu caso, é o melhor dia. Que venham outras mais.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 28/06/2020
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