Não desanime
Quando ela abriu as suas asas, havia mirado
o seu rumo naquele céu límpido, não contava
com a ventania seguida
de uma tempestade que para muito longe a empurrou,
ainda deu tempo de enxergar as outras aves que
a acompanhavam sem saber para onde iam,
e ficaram para trás, ela pousou na único galho seco
que por sorte, cambaleando encontrou.
E se pôs a pensar se lhe restaria forças
para o seu voo continuar, desnorteada não sabia para onde ir,
olhou para o mesmo céu e pensou...
- Agora chove, mas não não vou desistir.
Quando percebeu que àquela rajada de vento
havia arrancado algumas penas de suas asas,
nem dava para contar... e agora, será que conseguirei voar?
Senão, vou dá tempo ao tempo, elas renascerão
um dia eu vou voltar.
Às vezes, nos perguntamos se ainda teremos força
para continuar a nossa jornada, em nós tantas partes
nos foram arrancadas, não fisicamente, mas de nossa alma
quebrada, e precisamos dar tempo ao tempo,
esperar a tempestade passar, não podemos
contar quantas vezes caímos e precisamos nos levantar,
talvez não recuperemos o que ficou para trás,
mas há vida, a esperança verde, ao fundo,
não nos deixa desanimar.