Envelhecer sem azedar
ESTOU dando um tempo nos problemas nacionais, não vou chover no molhado repetindo o que sai no rádio, na tevê e nas redes diariamente. Além disso, confesso, estou decepcionado com as forças progressistas e esquerda. Detesto covardia. Assim, vou tratar de algo mais ameno,
Todos temos as nossas vaidades. É natural. É claro que me refiro à vaidade normal, nunca à obsessiva. Pessoalmente não me gabo de quase nada. Nem poderia porque sou alguém sem lenço e sem documento e sem nenhum tipo de talento. Sou nulo em toda matéria ou área que gostaria de ser bom: não toco nenhum instrumento, não sei cantar (sou desafinado até assoviando), não sei pintar, não tenho vocação para a poesia e na escrita sou apenas um caçador de ticacas.
Mas há algo que me gabo: é estar envelhecendo com dignidade e sem traumas. Taí, nisso estou indo bem, e se não fosse a asma e outros achaques, eu diria que esta fase da vida está sendo ótima. Não azedei, não virei vinagre, estou envelhecendo sem envilecer. Tudo bem, envelhecer implica limitações e a gente perde um pouco a "importância" de antes. Mas se nos mantivermos o brio e soubermos enfrentar a estação com leveza e coragem seremos felizes. Juro. O tempo flui incessantemente. Fazer o quê? É melhor ser otimista e tocar a bola sem dar chutão. E sem pensar no saldo do tempo.
Adoro um conselho do escritor russo Turgueniev:
"O tempo que frequentemente voa como um pássaro,arrasta-se outras vezes como uma tartaruga, mas nunca parece tão agradável quando não sabemos se ele anda rápido oudevagar". É preciso envelhecr sem envilecer. E priu. Inté.