PENSAR SINGELA E PROFUNDAMENTE. E REPORTAR.

Estamos em condições de desinformação que assola o Brasil. Quase total e plenamente. Falta educação falta tudo. O nível de escolaridade é muito baixo.

Não encomendamos nossas chegadas do desconhecido.Nem nos encomendamos, fomos encomendados. E não temos culpa por nossa "formatação". Poucos pensam nisso. Creio que a maioria por um ato de amor chegou por aqui, ao menos de sexo puro e simples.Simplesmente surgimos. Um óvulo e um espermatozoide, dois gametas. Disso muito se aproveitaram condutores de destinos.

Não entendemos bem isso, ainda, em todo o mundo. O quê? Aceitar a desigualação dos iguais impõe-se. E respeitar as diferenças. Uns dotados outros não, uns deficientes outros não, outros que enriqueceram outros não, alguns aprendendo outros não, muitos sofrendo outros não. Palco da vida. Difícil assimilar, entender, gigantescamente impossível o grande alcance dessa equação, compreender. É a corrente das gentes que como rios vão para o mar, e de alguma forma vão se unir. Onde? Esse o grande desafio.

Certamente não será aqui.

Iguais como pessoas e desiguais em genética é a sequência natural de sucessões que deságuam nesse mar de unidade.

Grandes ou medianos cérebros, muitos desses desconhecidos e que transitam entre nós, não pensam no que produzem em quaisquer termos para si, mas para a ordem geral que comanda os destinos da humanidade.

Mesmo que seja pouca a contribuição, mas excedem, extrapolam o usual. São os que mais sofrem por compreenderem.

Lya Luft, singela e aguda pensadora,é uma dessas pessoas, reporta a vida, a compreende, e afirma “PENSAR É TRANSGREDIR”.

Uma Clarice Lispector madura.

E indicava que nossa vida deve ser permanente reinvenção, e me perguntei quando vi a sinalização, se já não era.

Assim me sinto, pensando e reinventando meus caminhos, “para não morrermos soterrados na poeira da banalidade”. Uma difícil empreitada, viver nos espinhos do agreste e respirar o perfume das flores, e deslizar pelas camadas nobres que sobreviveram nesse meio inóspito pela distância do aprendizado. E insistência no desserviço à cátedra da vida.

Se pensarmos buscando nos reinventarmos não regredimos por não estacionarmos. Como setas atiradas para o futuro com o alvo de sermos melhores.

Com tudo que possamos acumular de temores e frustrações, futilidade deve estar sempre longe de nosso íntimo. Banalidades devem ser alijadas, nos reinventarmos necessita conteúdo. Futilidade em direito penal, quando o juiz vai dosar a pena, dosimetria, aumentando ou diminuindo a pena pelas qualificadoras existentes, futilidade como qualificadora, é “a desproporção entre a causa e o efeito”. É nessa significativa desproporção, ocorrente em maior número, que vaga e divaga a humanidade em busca de acertar melhores caminhos para os homens. Tem sido difícil.

E assenta Lia Luft: “ isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui”. É a tábua logarítmica de enigmática penetração.

Um turbilhão girando em redemoinho a posicionar a ansiedade sob o pálio do cotidiano.

Tirar as máscaras e vestir a fantasia que faz de si mesmo.

Importante renovar, reinventar. Exilar nos escaninhos escuros dos porões do “id” não frequentado do inconsciente, para aplacar frustrações do consciente, por isso blindado para escapar da insanidade, deve ser tentado nos imites do ego, afastar os fantasmas tenebrosos que lá habitam, no porão "id".

É preciso ousadia para se revisitar e se reinventar, quando nada mais temos para descobrir. Pelo menos expulsando o terrorismo de nossa alma.

"Apesar de todos os medos, escolho a ousadia.Apesar dos ferros, construo a dura liberdade.

Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança.

Eu, (..........), sou assim.

Pelo menos assim quero fazer: a que explode o ponto e arqueia a linha, e traça o contorno que ela mesma há de romper.

A máscara do Arlequim não serve apenas para o proteger quando espreita a vida, mas concede-lhe o espaço de a reinventar.

Desculpem, mas preciso lhes dizer:

EU quero o delírio.E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer."

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 26/06/2020
Reeditado em 26/06/2020
Código do texto: T6988467
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.