Rituais, Liberdade e Cidadania
DIA desses escrevi uma maltraçada lamentando a morte precoce do escritor espanhol Caros Ruiz Zafón, inclusive citei os romances dele e afirmei que era um dos melhores romancistas d atualidade. Repito. Mais:achoque seu romance "A Sombra do Vento" é um arraso, uma obra-prima, um dos melhores romances de todos os tempos.Mas aí, olha o danado do aí, recordei de outro escritor que escreveu um romance no mesmo nível dos de Zafón, um livro taco-a-taco com o citado.
Refiro-me ao romance "Trem Noturno para Lisboa", de Pascal Mercier (parece que é pseudônimo). Uma obra-prima. Juro. Ele narra a história de um professor que um dia abandona a sala de aula para procurar um livro de um médico português.O romance narra também avida do médico em plena ditadura de Salazar.Esse médico de uma família tradicional e católica, ele também católico, mas um homem de sentimento, solidário e livre. Há um trecho do romance em que o médico afirma em alto e bom som:
"Não quero viver num mundo sem catedrais. Preciso do brilho de seus vitrais, da sua calma gelada, de seu silêncio imperioso. Precio das marés sonoras do órgão e do sagrado ritual das pessoas em oração. Preciso da santidade das palavras, da elevação da grande poesia. Preciso de tudo isso. Mas não menos necessito o combate a toda crueldade. Pois uma coisa não é nada sem a outra. E que ninguém me obrigue a escolher".
Leiam o livro. Urgente. Inté.