URUCUBACA BRASILEIRA

Por onde este país caminha? Em plena pandemia da Covid-19 a crise política é tão exponencial quanto a crise sanitária. Com o foco na conjuntura recente a nossa intenção é apresentar a sinopse de alguns fatos ocorridos no mês de Junho de 2020, até agora inconclusos.

No dia 18 de junho foi preso preventivamente o miliciano e ex-policial, Queiroz, o braço direito da família Bolsonaro. Além desta prisão que chega com sensacionalismo nas redes sociais, rádios e TVs, o Supremo Tribunal Federal enseja a caçada aos seguidores fanáticos do Mito, que faziam acampamento dos Trezentos (300) nas proximidades em Brasília. Estes foram os responsáveis pela noite da Ku Klux Klan e, pelos fogos de artifício atirados como armas contra o STF. Ainda foi proibido o ajuntamento de seguidores no cercadinho do Palácio Alvorada.

Toda esta pirotecnia dá a impressão que o Poder Judiciário pressiona para atacar o Presidente da República através de provas de corrupção e de outros crimes, para finalmente pressionar pelo seu afastamento, renúncia, impeachment ou anulação pelo TSE das eleições por fraude eleitoral. Todas estas alternativas podem ser mero jogo de cena diante das pressões da opinião pública, ou simplesmente querem dar um corretivo às ações incontroláveis do chefe do Poder Executivo. É provável que os ministros tenham recebido o aval dos militares da ativa. No caso não está valendo a intenção de lutar pela democracia e, sim, o sinal verde para que abandonem suas posições coniventes com as arbitrariedades palacianas.

Este novo cenário de combate às ações do Chefe do Executivo reflete a desilusão de parte do seu eleitorado, que inclui setores dominantes e elites políticas interessadas em preservar e ampliar seu patrimônio. Mas, o insucesso do combate à crise econômica, a crise sanitária e a ausência de comando administrativo estatal podem contribuir para a consciência de que as atitudes antissistema de Bolsonaro colocarão todo o país na rota da bancarrota. E, quem vai segurar tudo isso? Aqueles que não têm costas quentes, e nem patrimônio para fugir do país quando este for saqueado pela fome e pela cobiça internacional. Neste cenário apocalíptico poucos vão sobreviver para contar a nossa historia.

Em síntese, a rocambolesca trama da política brasileira parece cada vez mais se aproximar do FORA BOLSONARO, mas pode ser simples aparência, pois falamos de um país sem lei e sem comando. É incrível o que acontece por aqui, chega a ser mais trepidante que uma Republiqueta das Bananas.

Neste período fala-se da fuga do ex-ministro da Educação Weintraub (o nazista), que de posse de seu passaporte diplomático vai para Miami. Devia estar com tanta culpa no cartório que não quis esperar o desfecho oficial de sua demissão.

Mais apimentado é de longe o caso Queiroz que traz à tona os vínculos umbilicais de Bolsonaro com os porões da criminalidade. Há um ano e meio ninguém sabia onde ele estava, mas vivia como recluso na casa de Atibaia (SP) que era propriedade do advogado do clã, Frederick Wassef. Todas as pessoas envolvidas em falcatruas.

Este contexto não estaria completo sem o envolvimento do Presidente da República com seu “guru”, o assumido filósofo Olavo de Carvalho (terraplanista) que pode ser descrito como uma imagem escanhoada do monge russo Rasputin. Contudo, entre os hermanos existiu uma comparação melhor, José López Rega, ministro da Presidente Isabel Perón, conhecido por “El Brujo” (Brasil de Fato, 18/maio/2019).

No campo das bruxarias o advogado Wassef seria coadjuvante com sua figura sinistra, adequada a especulações de toda ordem possível. Em informes no Google (Migalhas/2020) dizem que no ano de 1992 teve seu nome ligado a rituais satânicos com sequestro e desaparecimento de crianças. Ele era ligado à seita argentina LUS (Lineamento Universal Superior). Wassef prestou depoimento no processo contra supostos responsáveis destes crimes hediondos, mas nem sequer teve prisão preventiva decretada. Atualmente saiu denúncia de seu envolvimento em atos ilícitos, como advogado de sua ex- esposa Maria Cristina Boner Leo em contratos assinados com o governo Jair Bolsonaro (Jornal GGN, 23/06/2020)

Os buchichos que correm na Internet à esquerda e à direita têm a intenção de intensificar simulacros (fake news) que dão um clima de “thriller” aos fatos cotidianos. Fazem lembrar a época do Presidente Collor de Melo e o assassinato de seu tesoureiro PC Faria.

Estes conjuntos de circunstâncias são acusações sérias que ameaçam o chefe do Poder Executivo, seus parentes e comparsas. Coloca em risco a idoneidade moral dos militares- da ativa e da reserva .

Entretanto, este apanhado de fatores podem não ser suficientes para defenestrar esta figura malévola que ocupa o centro do Poder. É só aguardar para ver o desfecho.

ISABELA BANDERAS
Enviado por ISABELA BANDERAS em 23/06/2020
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