Um Ser Humano Melhor

É, gente, o ser humano é considerado e se considera a mais perfeita criação do mundo ou, por outra concepção, o ápice da evolução na terra. Afinal de contas, esse ser conquistou o espaço sideral; pesquisa as profundezas oceânicas; constrói coisas maravilhosas. Com base nisso atua de forma prepotente; seu nível social é determinante no seu comportamento com o outro ser humano; discrimina os que têm características diferentes; conforme seu nível de poder, determina quem ou o que vive ou morre.

Alguns filósofos, cito Mário Sérgio Cortella, por exemplo, já procuraram dimensionar melhor essa empáfia. Diz ele que “você é um entre 6,4 bilhões de indivíduos, pertencente a uma única espécie, entre outras 3 milhões de espécies classificadas, que vive num planetinha que gira em torno de uma estrelinha, que é uma entre 100 bilhões de estrelas que compõem uma galáxia, que é uma entre 200 bilhões de galáxias num dos universos possíveis...”.

Bem, diante do contexto que estamos vivendo com essa pandemia, penso que nem são necessários esses brilhantes e elaborados raciocínios para concluirmos que essa soberba é totalmente improcedente.

Temos um vírus; um dos níveis mais elementares de existência; que pode ser destruído por um dos mais elementares procedimentos de higienização: água e sabão.

Pois essa insignificância está dizimando a mais perfeita criação ou o ápice da evolução. Já atingiu algo em torno de 9.000.000 dessa espécie; já matou por volta de meio milhão desses indivíduos. Isso não diz respeito às tribos africanas ou aos aborígenes da Oceania. Atinge e dizima em Paris, em Londres, em New York, em Oslo, em Brasília, em Berlim, em Roma, em Madri, em Moscou; no mundo inteiro, independentemente das condições sócio econômicas.

Isso já aconteceu; vide a Peste Negra, vide a Gripe Espanhola. Mas estamos no século XXI; nosso desenvolvimento científico e tecnológico chega a ser espetacular. Não obstante isso, um ser primário está nos dizimando, sem que encontremos uma forma de terminar ou, pelo menos, controlar esse processo.

É para pensarmos. Não no final do processo, mas desde já. Fazemos parte dessa soberba existencial totalmente despropositada? Quem sabe reavaliamos a forma como nos relacionamos com os outros seres humanos; com a natureza que nos cerca; conosco mesmo? Quem sabe sairemos (e sairemos) dessa muito melhores, passando a contribuir para a existência de um ser humano e de um mundo muito melhores. Oxalá!

Maugo
Enviado por Maugo em 23/06/2020
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