Tenho sincero interesse por palavras de origem obscura. Muitas vezes, ao consultar o Dicionário Etimológio da Língua Portuguesa me delicio com o mistério de certos vocábulos. É o caso de "mangue" que não deriva nem do latim, nem do árabe. E foi usada pela primeira vez por Afonso de Albuquerque em 1513, numa carta escrita e destinada ao governador da Índia Portuguesa ao Rei de Portugal.  São solos pantanosos à margema de lagoas e estuários; margens pantonosas de rios e portos. Os mangues são florestas ao longo dos rios até o limite superior atingido pelo água do mar. Também a palavra "faca" possui origem controversa. Havendo estudiosos atribuindo à primeira vista, ao latim falcula, por exemplo, e outros atribuindo à farkha que fora apresentado pela Academia Espanhola. Nesse último dia treze de junho, comemoramos cento e trinta e dois anos do nascimento de Fernando Pessoa que não é apenas um dos maiores nomes da literatura da língua portuguesa, mas também da literatura universal. O poema que mais admiro de Pessoa é o Poema em Linha Reta, particularmente: "Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida..."Aliás, príncipe advém do latim princeps, o primeiro, o que vai à frente, de primus mais a raiz de capere (tomar, pegar). notem que o príncipe não era necessariamente relacionado ao parentesco real e, foi por muito tempo, uma denominação dada às pessoas de especial importância política. Outra palavra é "régulo" que pode se referir ao rei ainda criana, como também pode se referir a um rei de importância diminuta. Também fora usado para designar chefes tribais na África e, deriva do latim regulus, que corresponde ao diminutivo de rex. Então, vivenciamos no mangue repleto de régulos e,aguardando ainda, o príncipe.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/06/2020
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