PERISCÓPIO


      Pelo maravilhoso espetáculo que, em fração de segundo, oferece, a internet só pode ser uma obra de Deus.
        É verdade que, vez em quando, o diabo aparece, e de forma traiçoeira, interrompe, bruscamente um de seus principais objetivos, ou seja,  o de facilitar, ao máximo, a comunicação entre os homens; entre os povos. O que são os vírus e os hackers senão coisas do demônio?

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        Está no Portal de Notícias da Globo, que a Igreja Católica,  através de seus prelados, voltou a defender a evangelização via Web.
        A matéria põe em destaque, e com absoluta razão, a frase do bispo de Tegucigalpa, dom Oscar Andrés Rodríguez, membro do CELAM: "Deus não está ausente da internet."

        Tudo começou com o papa Wojtyla. A mensagem papal do Natal de 1995, João Paulo II a transmitiu, Urbi et Orbi, via internet, e em cinqüenta e três idiomas. Depois, nas suas homilias pelo mundo afora,  reforçou a tese de que os evangelizadores não podem deixar a internet de lado.

        A propósito, convido o leitor a conhecer o site da Santa Sé - www.vaticano.va -, que tem como servidores três influentes arcanjos: Rafael alimenta a página dos pontífices; Miguel protege o sistema e os funcionários de virus e hackers; e Gabriel recebe e envia e-mails.

        É louvável e oportuna a presença da Igreja Católica, através de centenas de sites, na rede mundial de computadores. Pena que São Paulo, o Apóstolo da Comunicação, não pôde contar com a internet, para divulgar suas famosas Epístolas.

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        E graças a internet, fiquei sabendo que um padre italiano se declarou, publicamente, a-pai-xo-na-do por uma mulher... Pergunta-se: que há de novo nisso? Há o fato de ter ele confessado pu-bli-ca-men-te sua paixão.

        O padre Sante Sguotti é ligado à Diocese de Pádua. Fez a surpreendente confissão pela televisão do seu país, provocando aquele rebu.  Pela sua confissão, foi parcialmente - eu disse parcialmente - punido pelo  bispo diocesano.

        A notícia trouxe o celibato de volta aos jornais e revistas.  Como se sabe, permanece irremovível a posição da Igreja romana contrária ao casamento de seus padres.  Os pontífices modernos, entre eles o papa Bento 16, não quiseram nem falar no assunto. Inclusive o arejado João 23, o papa do Concílio Ecumênico - Vaticano II. 

        Por isso,  acho, que diante do comportamento do padre Sguotti,  a reação da Igreja foi um pouco menos radical. Era de se esperar, que o presbítero enamorado fosse excomungado, imediatamente após a declaração corajosa que fez, e sem pedir reservas. 

        Mas o seu bispo, dom Antônio Mattiazzo, apenas o proibiu de administrar alguns sacramentos; o da Confissão, por exemplo. Permitiu-lhe, entretanto, continuar celebrando missas!

        No entender deste mísero pecador, há de se elogiar a atitude do padre apaixonado. Ele não escondeu, sob a batina, sua paixão; não manteve ninguém enganado. Se deve continuar sacerdote, é outra história...

       Por seu turno, merece respeitosos aplausos o bispo diocesano: não aplicou pena rigorosa ao padre Sante Sguotti pela quebra do "Voto de Castidade" que o mesmo jurara guardar, para sempre, no momento de sua Ordenação sacerdotal.

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        E por falar em casamento, amor a dois, ou coisa parecida, vejam o que os turcos descobriram, cavando suas terras, que ainda guardam, nas suas entranhas, boa parte da história da Humanidade.

        Na província de Diyarbkir, no sudoeste da Turquia, arqueólogos encontraram um casal que, segundo a matéria publicada no Portal de Notícias da Globo, "morreu abraçado, há 8.000 anos". 
        Diz o despacho, que podem ter sido encontrados os restos mortais dos "namorados mais antigos do mundo". 
       A pergunta, agora, é de que teria morrido o casal. Um casal novo: ela teria 20 e ele 30 anos de idade.

       Tudo o que vier a ser investigado em torno dessa descoberta arqueológica, será válido.
        Mas, o que deve ser explorado, ainda que com uma acentuada dose de romantismo, é a mensagem de amor deixada, há 8.000 anos, pelos namorados, desde que se comprove que eles, de fato, morreram abraçados...        

       
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 17/10/2007
Reeditado em 03/11/2020
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