A NOBREZA DE VIVER.
A nobreza de viver, pois a vida é sagrada, impõe a quem vive ser útil e empreender. Não exige a aceitação da utilidade e empreendimento. O castigo de não aceitar os passos do mundo na caminhada que não tem retorno, compreendendo as frentes de batalhas e areópago das ideias, para melhorar e cimentar a ourivesaria das liberdades humanas, tem como expiação gasta do “eu mesmo”, silente e acanhado, a indiferença da história. Ainda que em pequeno reduto.
A fortuna de qualquer natureza, não afasta ninguém do envolvimento social nem isenta a expiação, só a atividade laboral distingue, e quanto mais utilidade mais retorno de existência pródiga, se a jornada foi de ensinamento e deslinde possível das desarmonias latentes.
Nosso dever é cumprir a obrigação e aceitar a conformidade igual. A faina tem o mesmo preço.
Ajuntar opulência em qualquer empreendimento sem a prática da solidariedade que se soma à utilidade, não desune como na partilha das heranças. Quem não recusa a lealdade doada se consegue trazer alguma lucidez, abre caminho para espalhar exatidão.
É possível também aos cérebros encarcerados como portas das cidades medievais, abrirem-se libertando-se dos escaninhos herméticos que não oxigenam o pensamento. Essa abertura é a queda das cidadelas onde se passa uma vida, sem conhecer outras terras produtivas.